À entrada deste século, Décio Ferreira Soares decide, com apenas 24 anos, dar asas ao seu “espírito empreendedor”, abrindo atividade em nome individual, tendo convencido um grupo de amigos a juntar-se na realização de pequenos trabalhos ligados ao setor da climatização, também conhecido por AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado).
“Sendo natural da freguesia de Penha Longa, no Marco de Canaveses, os trabalhos eram feitos sobretudo para empreiteiros locais, e realizados naquela zona geográfica do país”, relembra o empresário, em declarações ao Negócios.
“Com o passar do tempo, a empresa foi crescendo e ganhando a confiança e reputação no mercado, fruto da dedicação e capacidade de honrar de forma positiva e com qualidade os trabalhos assumidos”, enfatiza Décio Ferreira Soares.
Um crescimento cá dentro que, ao 10.º aniversário de atividade, levou a DFSavac lá para fora, debutando na internacionalização em França, seguindo-se em 2014 a entrada na Bélgica.
“Face às crescentes necessidade deste setor”, em 2017 é criada a Tecavac, mais direcionada para trabalhos de manutenção e assistência, à qual se juntou em 2019 a Tubavac, focada no fabrico de condutas e acessórios de climatização, num ano em que o grupo começou também a realizar obras em Espanha e no Luxemburgo.
A maior empresa do grupo, a DFSavac, que contribuiu com 14,8 milhões para uma faturação consolidada de cerca de 21,5 milhões de euros no ano passado, assinou já obras emblemáticas como o World of Wine (WoW), em Gaia, o Edifício Ageas (Icon Community), no Porto, ou o World Trade Center, em Lisboa.
Mercados internacionais representam 10% da faturação da DFSavac
Décio Ferreira Soares, que lidera um grupo batizado com as iniciais do seu nome, sinaliza, ainda, “uma crescente experiência na área hospitalar, nos últimos anos, estando em curso os trabalhos da expansão do Hospital de Setúbal, a construção da nova unidade de saúde Lusíadas em Paços de Ferreira, bem como a remodelação do serviço de urgência do Bloco Central do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra”.
Na área hoteleira, destaca-se o inicio dos trabalhos do novo Hotel Moxy, em Lisboa, que terá 218 quartos.
Integrando “o top 5 nacional das maiores operadoras do setor”, o grupo DFS, que inaugurou no ano passado um novo edifício administrativo em Alfena, concelho de Valongo, “onde atualmente trabalham cerca de 35 pessoas, das quais 20 são quadros superiores)”, pretende este ano “aumentar a estrutura produtiva com a aquisição de um novo pavilhão” e avançar com “a renovação gradual da frota automóvel para veículos elétricos/híbridos”.
A nível internacional, o grupo prevê continuar “posicionado principalmente em Espanha, França e Luxemburgo”, mercados que geraram 6% – “na DFSavac representaram 10%” – do volume de negócios registado em 2023, prevendo este ano consolidar uma faturação “acima dos 25 milhões de euros”.
Made for Invest para o setor imobiliário e da construção
“Este crescimento implica uma política de recrutamento constante, sobretudo na área da engenharia mecânica, onde embora já tenhamos cerca de duas dezenas de profissionais, queremos recrutar e formar jovens talentos”, promete Décio Ferreira Soares.
“Nesse sentido, temos estado abertos à realização de protocolos de parceria e cooperação com as entidades de ensino superior”, sublinha o empresário, cujo grupo que lidera emprega atualmente cerca de 200 pessoas, prevendo “reforçar os quadros até ao final do ano com aproximadamente 30 técnicos especializados em AVAC”.
Entretanto, para além do setor da climatização, o grupo DFS “tem procurado investir em outros setores de negócio que incrementem valor à sua posição no mercado”.
Assim, “juntou-se recentemente ao grupo a Made for Invest, direcionada para o setor imobiliário e da construção”.