O antigo líder avisou que o IL não ganhou um voto com a convenção deste fim de semana, defendendo que o partido precisa de mudar a forma de “fazer e comunicar política”. E citou Lenine.
O antigo líder liberal Cotrim Figueiredo avisou hoje que a IL não ganhou um voto com a convenção deste fim de semana, defendendo que o partido precisa de mudar a forma de “fazer e comunicar política”.
“Ao longo destes dias demos vários exemplos de estarmos às vezes fechados na nossa própria cabeça. É como se um liberal acabasse no pescoço e não passasse para o resto do corpo. Há uma espécie de racionalismo. Eu vou chamar mesmo hiperracionalismo que é muito limitador da ação política”, disse o recentemente eleito eurodeputado num discurso que fechou os trabalhos da parte da manhã do último dia da VIII Convenção Nacional da IL, em Santa Maria da Feira.
Segundo João Cotrim Figueiredo, “apesar da cobertura da comunicação social” que a reunião magna teve ao longo dos dois dias, “este hiperracionalismo leva a crer” que o partido não ganhou “nenhum voto neste fim de semana”, o que deve fazer os liberais refletir.
“Vou citar Lenine, aliás vou parafrasear Lenine e dizer-vos, talvez mesmo alertar-vos que ‘o hiperracionalismo é a doença infantil do liberalismo’”, disse. Para o antigo presidente da IL, são precisas “ideias e melhores ideias que inspirem”, mas é também necessário que o partido se apresente e comunique “de forma inspiradora”.
“Não é mudar o povo que precisamos, é mudar a nossa forma de fazer e comunicar politica. Precisamos de inspirar as pessoas”, defendeu.
No sábado, depois de um dia a discutir as duas propostas de alteração aos estatutos, o partido terminou o dia sem que nenhuma fosse aprovada uma vez que não alcançou a maioria dos dois terços necessários, saindo de Santa Maria da Feira com os mesmos estatutos.