António Costa, se tudo correr como desejado pelo próprio e pelo Governo português, deverá conseguir o cargo de presidente do Conselho Europeu e assumir um mandato de dois anos e meio (renovável, como sucedeu com o atual presidente, o belga Charles Michel).
Argumenta-se há vários meses que o antigo primeiro-ministro socialista, por ter sido chefe de governo durante oito anos, já é cara conhecida entre os líderes europeus. Uma face familiar à qual associam qualidades como capacidade negocial e de gerar consensos; com a vantagem de pertencer a uma família política que exige um dos dois grandes cargos de topo da estrutura comunitária.
Com uma ampla frente de apoio entre nomes-chave, e afastados (à partida) quaisquer problemas judiciais mais à frente pela justiça portuguesa, as portas ficaram abertas. Mas há quem duvide deste “encerramento” – nomeadamente a direita europeia – e prefira a primeira-ministra dinamarquesa para o cargo. E, apesar de parecer já uma certeza Costa no Conselho, e apesar da tranquilidade com que se está a decidir quem vai para que cargo a nível europeu, não é nada incomum haver surpresas de última hora e tudo o que antes parecia certo descarrilar de repente.