Os Estados Unidos, Israel e França vão trabalhar para conter as tensões na fronteira entre Israel e o Líbano. “Adotámos o princípio de uma troika Israel-Estados Unidos-França para avançar no plano que propusemos. Faremos o mesmo com as autoridades libanesas”, disse o Presidente francês, Emmanuel Macron, durante a cimeira do G7 em Itália.
Com receios de uma guerra alargada, a França tem feito esforços para combater a violência na fronteira entre Israel e o Líbano. Agora o plano elaborado pelo país do G7 propõe o fim da violência de ambos os lados, a retirada das forças da Al Radwan, a unidade de elite do Hezbollah, e de outros grupos armados, de uma zona tampão junto à fronteira com Israel e prevê a total liberdade de movimentos para a Força Interina das Nações Unidas no Líbano.
Embora o anúncio, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, recusou a adesão do país à iniciativa para desescalar tensões com o Líbano. “Enquanto Israel trava uma guerra justa para defender o seu povo, a França adotou políticas hostis contra Israel” que ignoram “as atrocidades cometidas pelo Hamas contra crianças, mulheres e homens israelitas”, criticou na rede social X (antigo Twitter).
Perante a reação de Gallant, vários altos funcionários do Governo de Israel criticaram o ministro da Defesa. “Não aprovamos os ataques de Gallant contra a França”, admitiram vários altos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado. “Apesar das diferenças entre a França e Israel, estes comentários contra a França são inapropriados”, disseram.
Depois do acordo para conter tensões com Líbano, o apelo para a ONU trabalhar sem entraves
Os líderes das sete democracias mais ricas do mundo (G7) defenderam ainda que as agências das Nações Unidas devem trabalhar sem obstáculos na Faixa de Gaza, utilizando todas as vias terrestres e marítimas possíveis, segundo um projeto de declaração final da cimeira a decorrer em Itália.
Os líderes consideram “essencial que as redes de distribuição da UNRWA e de outras organizações e agências das Nações Unidas sejam plenamente capazes de entregar a ajuda aos mais necessitados, a fim de cumprirem eficazmente o seu mandato”.
O Presidente norte-americano, Joe Biden, e os seus aliados do G7 (Alemanha, França, Itália, Reino Unido, Canadá e Japão) lamentaram ainda o “número inaceitável” de civis mortos “de ambos os lados” desde 7 de outubro.
Manifestaram a sua “profunda preocupação com as consequências para a população civil das operações terrestres em curso em Rafah”, onde o exército israelita lançou a sua ofensiva terrestre. Foi também feito o apelo a Israel para que “se abstenha” de lançar uma operação de grande envergadura nesta cidade situada na fronteira com o Egito.
OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
⇒ O cais construído pelos Estados Unidos para que a Faixa de Gaza tenha acesso a ajuda humanitária vai ser, novamente, desmantelado devido ao mau tempo.
Guerra no Médio Oriente
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⇒ Um oficial do Hamas, Osama Hamdan, disse que “ninguém faz qualquer ideia” quantos dos 120 reféns israelitas capturados continuam vivos. Garantiu ainda, em entrevista à CNN, que o acordo para os libertar deve incluir um cessar-fogo permanente e uma retirada total das forças israelitas de Gaza. Por este motivo, Osama Hamdan considera que o acordo apresentado pelos EUA não respeita as exigências do grupo.
⇒ Joe Biden considera que o Hamas é um entrave para alcançar um acordo de tréguas em Gaza e a libertação dos reféns. “Apresentei uma abordagem que foi aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU, pelo G7, pelos israelitas, e o maior obstáculo até agora é o facto de o Hamas se recusar a assinar, apesar de ter apresentado algo semelhante”, disse o Presidente norte-americano aos jornalistas, citado pelo jornal ‘The Guardian’.
⇒ No programa da coligação de partidos de esquerda em França, Nova Frente Popular, inscreve-se a condenação dos ataques do Hamas a 7 de outubro. “Os massacres terroristas” do grupo criaram uma onde “sem precedentes” de “atos racistas, antissemitas e islamofóbicos” desde essa data.
⇒ Os Estados Unidos anunciaram sanções a um grupo extremista israelita acusado de obstruir a distribuição de ajuda humanitária aos palestinianos na Faixa de Gaza e defenderam que o “Governo israelita tem a responsabilidade de garantir a segurança das colunas humanitárias que atravessam Israel e a Cisjordânia a caminho de Gaza”. O ‘Tzav 9’ tentou impedir a entrega de ajuda humanitária a Gaza, “bloqueando estradas, por vezes de forma violenta, ao longo da rota entre a Jordânia e Gaza, incluindo na Cisjordânia”, lê-se no comunicado.
⇒ Um novo balanço do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, regista 37.266 mortes e mais de 85.000 feridos. Estima-se ainda que cerca de 10.000 palestinianos estejam desaparecidos.
⇒ Os rebeldes Huthis do Iémen lançaram dois mísseis de cruzeiro antinavio e atingiram um cargueiro no golfo de Aden, ao largo do Iémen, causando um incêndio e ferimentos graves num tripulante, disseram os EUA. O cargueiro com bandeira do Palau estava a transportar madeira da Malásia para Itália.