Claudia Sheinbaum, mulher judia de 61 anos, é filha de dois cientistas, um químico e uma bióloga, que emigraram da Lituânia e da Bulgária para o México. Nascida e criada neste seio familiar, optou por seguir os passos dos pais e tornar-se investigadora, conta o jornal El Universal.
Entre 2000 e 2006, Claudia Sheinbaum foi Secretária do Ambiente do presidente Andrés Manuel López Obrador, durante o seu mandato como Chefe de Governo. Segundo o New York Times, Claudia chegou ao cargo depois de ter uma reunião com o presidente em que falou sobre inúmeras propostas que tinha para combater a poluição no país.
Em 2018, com uma campanha bem-sucedida, com ênfase na redução da criminalidade e na aplicação das leis de ordenamento do território, o que levou à sua eleição como presidente da câmara da Cidade do México.
Claudia estudou física na Universidade Nacional Autónoma do México (UNAM) e fez um doutoramento em engenharia energética nos Estados Unidos. Através de uma bolsa de estudos conseguiu depois ter uma experiência académica no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, Universidade da Califórnia, também nos EUA. É reconhecida internacionalmente pelo trabalho em física e energia.
“La Doctora” é caracterizada como uma mulher exigente e discreta no trabalho. É descrita como brilhante, focada e extremamente trabalhadora. Segundo Soledad Aragón, uma funcionária do gabinete de Sheinbaum, a mexicana era capaz de se lembrar de números específicos semanas depois de terem sido mencionados numa reunião.
Em 2007, Claudia fez parte da equipa que ganhou o Prémio Nobel da Paz por um estudo sobre alterações climáticas.
Ao longo do seu percurso político, Claudia também se tem empenhado na defesa da educação gratuita. Participou no movimento de greve de 1987 contra as reformas do então reitor da UNAM, Jorge Carpizo, como uma das dirigentes do Conselho de Estudantes Universitários (CEU). Chegou a apelidar-se de ‘filha de 68’, uma vez que os pais participaram na luta estudantil de 1968, antes do massacre de Tlatelolco.
O primeiro obstáculo que Claudia Sheinbaum enfrentará será o de sair da sombra do seu antecessor e mentor de longa data. Como presidente, vai enfrentar desafios como a criminalidade no país, os níveis de toxicodependência e a migração.