A inteligência artificial (IA) tem ganho expressão em vários domínios, particularmente depois do boom de 2023. Mas a sua implementação no setor imobiliário está atrás do que se vê noutros setores. Então, de que forma é que veremos as soluções de IA serem implementadas no setor? Três especialistas reuniram-se no segundo dia do SIL – Salão Imobiliário de Portugal para debater o assunto.
Nuno Alpendre, sócio e consultor da Deloitte para o imobiliário, indicou que a sua aposta vai mais para “as componentes no processo de comercialização do setor” pois esta tecnologia consegue “gerar imagens e vídeos hiperrealistas e criar conceitos inovadores”, ajudando até na personalização do imóvel, no caso dos acabamentos e dos móveis, melhorando a sua visualização por parte do cliente.
Já João Caiado, fundador da Mirage Virtual Reality, considera que ainda “não é possível chegar ao hiperrealismo”, mas deu a entender que podemos não estar muito longe.
O sócio da Deloitte aponta ainda as futuras mudanças que deverão ocorrer na utilização das plataformas imobiliárias (como Imovirtual, BPI Expresso, Idealista, entre outras) como um dos frutos da IA: “Vamos começar a ver, e já o vemos, os utilizadores a interagir com as plataformas de forma mais inteligente para procurar uma casa. Em vez de utilizarmos os filtros tradicionais [tipologia, metros quadrados, número de casas de banho, entre outros], podemos dar detalhes das nossas vidas pessoais [número de filhos, onde se vive, estado civil e outros] e a plataforma dizer o que faz sentido para aquela família concretamente e não apresentar apenas escolhas genéricas”.
Sérgio Ferreira, sócio e consultor da EY, crê que a IA vai ajudar na “melhoria de insights de clientes”, com as empresas a usar cada vez mais os dados e algoritmos “para trazer inteligência à informação que dão aos clientes”.
Outra área onde se poderá sentir a diferença no setor – que já se vê noutros setores – é no serviço ao cliente, indicou o consultor da EY. “Para termos o serviço 24 sobre 7, só é possível ao alavancar as capacidades de IA dos bots para podermos interagir com eles”, comentou.