A União Europeia prepara-se para reforçar as sanções contra a Bielorrússia e colmatar uma lacuna que permite à Rússia importar carros de luxo e outros bens ocidentais abrangidos por sanções. Conforme o esquema atual de restrições, os fabricantes europeus de automóveis podem continuar a vender os seus veículos à Bielorrússia, mas não à Rússia.
Segundo o Financial Times, o fluxo mensal de veículos e peças sobresselentes dos países da UE para a Bielorrússia aumentou de 50 milhões de dólares em janeiro de 2022 (46,1 milhões de euros ao câmbio atual) para 268 milhões de dólares (247,3 milhões de euros) em janeiro de 2024. É agora a maior componente das exportações UE-Bielorrússia, na maioria provenientes da Alemanha e da Polónia.
“Para um russo, ter um carro na Bielorrússia não é um problema”, disse a primeira-ministra lituana Ingrida Šimonytė ao Financial Times. Šimonytė e o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radosław Sikorski, querem que a UE vá além do atual pacote de restrições.
O regime bielorrusso é alvo e sanções desde 2004, nomeadamente por violações dos direitos humanos, mas, recentemente, com a invasão russa da Ucrânia, o Conselho Europeu introduziu novas restrições ao comércio de mercadorias. As sanções abrangem igualmente o setor financeiro, com a proibição de transações entre os 27 e a Bielorrússia. As medidas proíbem também a exportação para a Bielorrússia de bens e tecnologia que possam contribuir para o desenvolvimento militar, tecnológico, de defesa e segurança.
O Conselho Europeu afirma que a Bielorrússia está a “contribuir de diferentes formas para a guerra de agressão à Ucrânia”. Segundo esta instituição, Minsk permite à Rússia disparar mísseis balísticos a partir do território bielorrusso; facilita a passagem de militares russos e de armamento pesado, tanques e transportadores militares russos; permite às aeronaves militares russas sobrevoar o espaço aéreo bielorrusso com destino à Ucrânia; e proporciona pontos de abastecimento e armazenando armas e equipamento russos na Bielorrússia.