Das quatro horas sobressaíram quatro assuntos polémicos, entre eles as comparações que fez entre o ex-primeiro-ministro, António Costa e o atual primeiro-ministro Luís Montenegro. Referiu que ambos são “lentos”, mas que António Costa é “oriental”.
“Ele [Montenegro] é uma pessoa que vem de um país profundo, urbano-rural, com comportamentos rurais. É muito curioso, difícil de entender, precisamente por causa disso. É completamente independente, não influenciável e improvisador”, disse a respeito do líder do PSD. “Montenegro não é oriental, mas é lento, tem o tempo do país rural, embora urbanizado”, acrescentou Marcelo.
A mágoa de ter cortado relações com o filho
Na mesma reunião, Marcelo revelou que cortou relações com o filho devido ao caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Hospital de Santa Maria.
“Não sei se disse alguma coisa lá aos pais das gémeas. A mim não disse. E isso é imperdoável”, revela o Presidente da república. Acrescenta que não fala “no geral” com o filho e que com isso sente “muita mágoa pessoal”.
Lucília Gago e Operação Influencer
Já sobre a Operação Influencer e a procuradora-geral da República, Lucília Gago, o Chefe de Estado atira que a PGR teve “um ato maquiavélico”, ao fazer cair o ex-primeiro-ministro, António Costa, o Governo e a Assembleia da República.
“Se a senhora procuradora, com a mesma presteza com que tinha tido a iniciativa de abrir um inquérito envolvendo também o primeiro-ministro um mês antes de os portugueses saberem… descubro, umas semanas mais tarde, que tinha aberto um inquérito contra terceiros e em que dia? No dia 7 de novembro. Que eu achei maquiavélico. Género de equilíbrio, equilíbrio sofisticado. Muito bem… abriu, abriu”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Contudo, na tarde desta quarta-feira, em declarações aos jornalistas, revela que “nunca disse isso”.
“Fui muito cuidadoso com o que disse nesse particular, não falando nas caraterísticas pessoais, nem devia falar, da procuradora-geral da República”, atira.
Crimes cometidos na Era Colonial
Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se a Portugal como um país responsável pelos erros do passado, realçando que crimes como os massacres coloniais tiveram “custos”. Diz ainda que o País “assume toda a responsabilidade pelos crimes cometidos durante a escravatura em África e a era colonial.
“Temos de pagar os custos. Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram roubados e não foram devolvidos. Vamos ver como podemos reparar isso”, acrescentou.
António Costa na Europa
Marcelo Rebelo de Sousa referiu também que acredita que António Costa poderá ser o próximo presidente do Conselho Europeu. Disse ainda que o Partido Socialista será a segunda força mais votada nas eleições europeias de junho, realizadas a dia 9, “a não ser que haja um tsunami”.