A greve não está fora de questão”, disse à Lusa Eduardo Rita, secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).
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Cerca de cem trabalhadores dos Correios de Portugal (CTT) concentraram-se hoje, em Lisboa, em protesto contra o novo plano de saúde, admitindo recorrer à greve.
“A greve não está fora de questão”, disse à Lusa Eduardo Rita, secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT).
“Vamos ter a assembleia geral do sindicato no próximo mês e possivelmente daí irá sair uma greve geral nos CTT por causa do IOS”, o subsistema de saúde conhecido como Regulamento de Obras Sociais e que a administração da empresa substituiu por um novo Plano de Ação Social (PAS), “com prejuízo para os trabalhadores”.
A concentração agendada para hoje pela Comissão de Trabalhadores e todos os sindicatos representativos dos CTT teve como objetivo “protestar contra a atitude da administração” dos Correios, que decidiu “unilateralmente” anular o IOS e aplicar o PAS a partir de janeiro.
O SNTCT recorda que o regulamento “só podia ser alterado com o acordo das partes” e, por isso, avançou com um processo em tribunal.
A primeira acareação de partes está agendada para 08 de maio, adiantou Eduardo Rita.
As negociações entre administração e sindicatos iniciaram-se em setembro, mas não resultaram em acordo.
“Nós estamos disponíveis para negociar uma coisa séria”, garante o dirigente sindical.
Alda Rosário, coordenadora da Comissão de Trabalhadores dos CTT e carteira na central de Lisboa, criticou os cortes nos apoios, numa altura em que a empresa regista lucros.
Em 2023, os CTT, hoje uma empresa privada a 100%, alcançaram resultados líquidos de 60,5 milhões de euros, um aumento para quase o dobro em relação ao ano anterior.
“Achamos que não é justo aquilo que os CTT estão a fazer aos trabalhadores dos Correios. Estamos a pagar mais por menos, hoje em dia”, realça.