Samora Machel Júnior vai ser candidato a presidente da República de Moçambique. Nos próximos dias o empresário irá formalizar esta decisão junto dos órgãos internos da Frelimo, provavelmente no próprio comité central do partido que vai reunir dia 5 e 6 de abril (sexta-feira e sábado) em Maputo, capital do país, soube o Negócios junto de fonte ligada ao processo.
Samora Machel Júnior é filho do primeiro presidente do país pós-independência, o carismático Samora Machel, falecido em 1986, e de Graça Machel, a qual foi também casada com o líder histórico da África do Sul, Nelson Mandela.
As eleições gerais em Moçambique estão marcadas para 4 de outubro e, neste momento, já é certo que o atual presidente e líder da Frelimo, Filipe Nyusi, afastou qualquer hipótese de rever a Constituição para se manter no poder.
A reunião do comité central da Frelimo do próximo fim de semana não contempla oficialmente a discussão do candidato do partido à liderança do país, mas Samora Machel Júnior irá forçar o assunto, apresentando a sua pré-candidatura. Este arrastamento do processo é visto como uma forma de protelar uma escolha José Pacheco, Eduardo Mulembwe, Alberto Vaquina, Luísa Diogo, Aires Aly e Basílio Monteiro têm sido outras personalidades apontadas como potenciais candidatos.
Samora Machel Júnior, num documento a que o Negócios teve acesso, afirma que a sua “candidatura é fundamentada nos princípios da busca pela paz, pelo respeito à diversidade e à diferença, a promoção da inclusão e igualdade, dignidade humana” e pretende “assegurar o crescimento económico de Moçambique” garantido “um ambiente propício ao desenvolvimento” do país. “A minha candidatura é um misto de inquietações mas também de esperança, visando dar respostas aos problemas e desejos dos moçambicanos“, sublinha o candidato.
Segundo o site Carta Moçambique, “o suspense em volta dos pré-candidatos da Frelimo é o mais longo da história desta formação política, em 62 anos de existência, que sempre elegeu seus “trunfos” com pelo menos 10 meses de antecedência. A sucessão de Armando Guebuza, por exemplo, começou a ser desenhada em 2013 e o seu sucessor ficou conhecido no primeiro dia do mês de Março de 2014, tendo tido oportunidade de fazer pré-campanha ao longo do ano e à boleia dos recursos do Estado”.
Samora Machel Júnior traça, no referido documento, os princípios orientadores da sua candidatura e propõe “uma governação que deverá ser guiada por reformas baseadas na nossa realidade atual, promovendo as mudanças que se mostrem necessárias e que reflitam as reais necessidades do povo”. E acrescenta: ” Utilizaremos dados concretos para orientar políticas públicas, promovendo a robustez financeira do Estado e a racionalização da despesa pública, assegurando que cada reforma tenha um impacto positivo mensurável. Propomos uma governação participativa e cidadã para garantir que as decisões governamentais representem objetivamente os interesses dos moçambicanos.