Com mais de 25 anos de experiência como advogada na área do direito imobiliário, a nova ministra da Justiça foi coordenadora desta área e da do Turismo no escritório fundado pelo pai, José Miguel Júdice, a PLMJ, de onde saiu no ano passado.
Eleita para deputada nas legislativas, garantiu, em declarações ao jornal Campeão das Províncias, que queria ser “os ouvidos e a voz de Coimbra” no Parlamento. “Estava longe destas andanças, mas agora estou totalmente focada e concentrada em trazer a maior projecção possível ao distrito”, dizia durante a campanha, referindo-se ao local onde o pai nasceu.
É, desde o ano passado, coordenadora do Conselho Estratégico Nacional do PSD para a área da Habitação, um sector que conhece bem fruto da sua área de especialização. O advogado Paulo Farinha Alves, sócio da PLMJ, esteve no conselho de administração da sociedade ao mesmo tempo que a actual ministra, e não lhe poupa elogios: “É uma excelente advogada e uma excelente profissional”.
“Coimbra não é uma segunda escolha, não é um plano B ou um trampolim”, garantia há um mês, quando apresentou a sua candidatura a cabeça de lista da AD por Coimbra, região que devia, no seu entender, “assumir uma nova centralidade no país”.
Em Janeiro deste ano, seis meses depois de sair da PLMJ sem um novo rumo definido, assumia a sua inexperiência política: “Sou independente, nunca estive em nenhuma filiação política, fui chamada a trabalhar como independente no Conselho Estratégico Nacional”. Oradora na convenção que a AD realizou, também nessa, altura no Estoril, falou da pobreza, da competitividade da economia nacional, da habitação, dos cuidados continuados para a população sénior e da capacidade de o país atrair e reter talento. Sobre Justiça é que nem uma palavra.
Com 50 anos e três filhos, Rita Alarcão Júdice é membro da Comissão Executiva da Urban Land Institute Portugal e associada da Women in Real Estate. Em 2011 assumia à revista Advocatus, ligada ao sector da Justiça, a importância da religião na sua vida, que a levou a integrar as Equipas de Nossa Senhora, vocacionadas para a espiritualidade conjugal. E também o seu gosto por viagens.
No ano anterior, em entrevista ao Diário Económico, criticava o sistema judicial: “A justiça é um labirinto” que “leva muitos clientes a deixar de investir em Portugal”. E contava como tinha terminado o curso de Direito na Universidade Católica com 13 valores, porque namorava muito e estudava pouco. O marido também é advogado.