As viagens no tempo ganham uma nova variante à medida que se desce no Túnel Vault, nas imediações de Fairbanks, Alasca, nos EUA. “Quanto maior for a profundidade mais antigas são as amostras. É como se fosse uma cápsula do tempo”, refere João Canário, professor do Instituto Superior Técnico. Foi para criar a sua própria cápsula do tempo que um trio de investigadores portugueses desceu, na primeira metade de abril, às profundezas do permafrost para recolher nove amostras de 200 gramas cada. Não foram mais de 70 metros de profundidade, mas há a expectativa de que as amostras possam levar os cientistas a regredir 75 mil anos e abrir caminho a uma estimativa inédita: afinal quanto mercúrio está armazenado no Ártico? No final do ano, a resposta já deverá estar apurada. E nessa altura tem início uma viagem ao futuro da vida neste planeta.