Turistas de várias nacionalidades depositam todos os dias uma média de 4.500 euros – uma pequena fortuna -, na Fontana di Trevi, em Roma, em troca de muitos desejos por realizar. Poucos sabem o destino das moedas que atiram à água da fonte, que é um dos monumentos mais românticos e visitados da capital italiana, a par do Coliseu.
Diz a lenda que atirar três moedas, com a mão direita por cima do ombro esquerdo, aumenta as probabilidades não só voltar a Roma como de encontrar um grande amor ou mesmo casar. Euros, dólares, libras e ienes são as moedas mais lançadas, mas também se encontram medalhas de santos ou do Papa Francisco, cadeados, anéis, pulseiras ou óculos de sol.
Repescar e separar os euros das estrangeiras
À parte dos mitos da fascinante fonte barroca – projetada por Lorenzo Bernini em 1625, desenvolvida por Nicola Salvi, em 1732, e concluída em 1762 por Giuseppe Pannini – vale a pena saber o que acontece ao dinheiro que é repescado das águas da fonte. Até porque se destinam a financiar muitos projetos da Cáritas de Roma. Desde 2006, graças a um acordo com a Câmara da cidade, é aquela organização que gere o dinheiro. Três vezes por semana, antes das 8 horas da manhã, uma equipa, vigiada pela polícia municipal, recolhe as moedas. Depois, num local controlado por aquela instituição de caridade, uma máquina separa os euros das moedas estrangeiras.
“Em 2022, recolhemos mais de 33 mil quilos de moedas, que correspondem a 1.432.953,74 euros, o valor máximo desde que gerimos este fundo”, disse ao jornal espanhol ABC, Giustino Trincia, diretor da Cáritas de Roma, acrescentando que no ano passado bateram esse recorde, atingindo os 1,6 milhões de euros. O dinheiro destina-se a alimentar mais de duas mil famílias carenciadas, a ajudar pessoas com a doença de Alzheimer, entre outros projetos.