O primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, foi alvejado esta quarta-feira, após uma reunião com o seu Executivo e a respetiva conferência de imprensa que se seguiu, indica a Reuters, citando a agência de notícias local TASR. Após o ataque à bala, o chefe de Governo da Eslováquia foi levado de helicóptero para o hospital de Banská Bystrica, encontrando-se em risco de vida, de acordo com um comunicado governamental citado pela Reuters.
No seu perfil na rede social Facebook foram também avançadas notícia sobre o seu estado de saúde. “Robert Fico foi baleado várias vezes e atualmente está em risco de vida. Foi transportado de helicóptero para Banská Bystrica, porque demoraria muito tempo a chegar a Bratislava [capital do país] devido à necessidade de uma intervenção urgente. As próximas horas decidirão”.
O ataque aconteceu na cidade de Handlova, a 150 quilómetros da capital, tendo já sido detido um suspeito do ataque.
A ainda presidente da Eslováquia, Zuzana Caputová, já condenou o “brutal” ataque que o primeiro-ministro foi alvo e desejou-lhe uma rápida recuperação. “Condeno o ataque brutal e imprudente ao primeiro-ministro. Estou chocada. Desejo todas as forças para recuperar do ataque neste momento crítico”, disse Caputová nas redes sociais.
Segundo os meios de comunicação locais, o tiroteio aconteceu quando Fico se dirigia a um pequeno grupo de pessoas para as cumprimentar. De acordo com a Reuters, que cita o canal de televisão eslovaco TA3, foram disparados “três ou quatro tiros” e um deles atingiu o primeiro-ministro. A Euronews diz que o chefe de Executivo tem ferimentos no peito e cabeça.
O primeiro-ministro Fico é apontado como “politicamente controverso” na Eslováquia, graças às suas mensagens pró-Rússia e anti-EUA. Em Janeiro, decidiu suspender a ajuda à Ucrânia.
Depois das presidenciais de março e abril, o novo presidente eleito na Eslováquia (que tomará posse a 15 de junho), Peter Pellegrini, afirmou na rede social X que “uma tentativa de assassinato do primeiro-ministro constitui a pior ameaça à democracia eslovaca até agora”.
“Estou horrorizado com as consequências que o ódio contra outra opinião política podem ter. Não temos de concordar em tudo, mas há muitas maneiras de expressar o nosso desacordo de forma democrática e legal. A tentativa de assassinato de um dos mais altos responsáveis do país constitui uma ameaça sem precedentes à democracia eslovaca. Se expressarmos opiniões políticas diferentes com armas nas praças, e não nas assembleias de voto, colocaremos em perigo tudo o que construímos juntos em 31 anos de soberania”.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, reagiu rapidamente às notícias: “Condeno veementemente o ataque vil ao primeiro-ministro Robert Fico. Tais actos de violência não têm lugar na nossa sociedade e minam a democracia, o nosso bem comum mais precioso.”
Em Portugal, durante o primeiro debate quinzenal com os deputados, o primeiro-ministro condenou o ataque. “Em nome do Governo português, uma palavra de solidariedade ao meu colega primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, que foi hoje alvo de um atentado. Palavra veemente de condenação por este ato hostil aos valores da democracia e do exercício de funções políticas”, afirmou Luís Montenegro.