Pelo menos 19 palestinianos morreram depois de um bombardeamento do exército israelita contra a cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, informaram meios de comunicação social palestinianos. O bombardeamento, este domingo à noite, causou ainda uma dezena de feridos, acrescentaram.
Um dos ataques atingiu uma casa no leste da cidade, matando pelo menos quatro palestinianos, incluindo duas crianças, informou o jornal diário palestiniano Philastin, na plataforma de mensagens Telegram.
Outras seis pessoas morreram numa casa que foi atingida, num bairro central da cidade, enquanto cinco morreram num ataque a uma casa numa zona do sul da cidade, informou a agência de notícias palestiniana WAFA.
Os ataques em Rafah, onde mais de um milhão de pessoas se abrigam após meses de bombardeamentos israelitas, ocorreram horas antes de o Egipto receber líderes do grupo islâmico Hamas para discutir perspectivas de um acordo de cessar-fogo com Israel.
No domingo, responsáveis do Hamas disseram que uma delegação, liderada por Khalil Al-Hayya, vice-chefe do grupo em Gaza, discutiria uma proposta de cessar-fogo entregue pelo Hamas a mediadores do Qatar e do Egipto, bem como a resposta de Israel. Os mediadores, apoiados pelos Estados Unidos, intensificaram os seus esforços para concluir um acordo enquanto Israel ameaçava invadir Rafah.
Duas autoridades do Hamas que conversaram com a Reuters não revelaram detalhes das últimas propostas, mas uma fonte informada sobre as negociações disse que o Hamas deverá responder à última proposta de trégua de Israel, entregue no sábado.
A fonte disse que isso inclui um acordo para aceitar a libertação de menos de 40 reféns em troca da libertação de palestinianos detidos em prisões israelitas; e uma segunda fase de uma trégua que inclui um “período de calma sustentada” – a resposta de compromisso de Israel a uma exigência do Hamas para um cessar-fogo permanente.
Após a primeira fase, Israel permitiria a livre circulação entre o sul e o norte de Gaza e uma retirada parcial das tropas israelitas de Gaza, disse a fonte.
Um alto funcionário do Hamas disse à Reuters que as negociações de segunda-feira no Cairo acontecerão entre a delegação do Hamas e os mediadores do Catar e do Egipto para discutir os comentários que o grupo fez sobre a resposta israelita à sua recente proposta.
“O Hamas tem algumas perguntas e dúvidas sobre a resposta israelita à sua proposta, que o movimento recebeu dos mediadores na sexta-feira”, disse a autoridade à Reuters. Esses comentários sugeriram que o Hamas pode não dar uma resposta imediata aos mediadores sobre a última proposta de Israel.