Israel está a avançar com a sua ofensiva contra a cidade de Rafah, no sul de Gaza, mesmo depois da nova decisão do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), tribunal superior da ONU, para travar o ataque.
Na sexta-feira, o Tribunal Internacional de Justiça de Haia, que arbitra conflitos entre nações, fez a sua terceira intervenção no conflito, ordenando a Israel que interrompesse imediatamente a sua operação em Rafah.
Nawaf Salam, que preside ao tribunal, anunciou que a decisão foi tomada por uma maioria de 13-2, e que Israel é obrigado, ao abrigo da convenção da ONU sobre genocídio, a não infligir “condições de vida que possam provocar a destruição física [do povo palestiniano] no todo ou em parte”.
Depois disso, os ataques aéreos israelitas nas extremidades sul e leste de Rafah aumentaram, de acordo com residentes e médicos. Trinta palestinianos terão sido mortos nas últimas 24 horas, informaram médicos palestinianos no sábado.
Também decorrem combates nas partes norte e central da Faixa, como Jabalia e Zeitoun, onde as forças do Hamas se reagruparam, conta o jornal “Haaretz”. As forças de defesa de Israel adiantaram, na noite de sexta-feira, que realizaram “atividades operacionais em áreas específicas de Rafah”, executando combatentes do Hamas e destruindo partes da rede de túneis do grupo.
“O TIJ não pode fazer cumprir esta ordem, pelo que a intenção é exercer pressão sobre Israel, falando ao resto do mundo”, explica ao Expresso Paul Rogers, professor emérito de Estudos da Paz na Universidade de Bradford. “É improvável que, com Netanyahu, haja uma mudança de estratégia, mas alguns israelitas ficarão preocupados. Ou seja, aumentará a pressão sobre Israel para procurar um cessar-fogo, mas terá pouco impacto, a menos que Biden mude a política dos EUA e ameace parar as exportações de armas.”
