Edgardo Mortara nasceu em 1851, em Bolonha (Itália), no seio de uma família judia. Após ter ficado doente em bebé, uma empregada baptizou-o em segredo. Segundo a doutrina católica da época, o baptismo era considerado um sacramento irrevogável, tornando a criança parte da Igreja Católica.
Quando as autoridades religiosas tomaram conhecimento disso, tinha ele seis anos, decidiram que tinha de ser retirado à sua família judaica. Edgardo foi então levado à força de casa e entregue à custódia do Papa Pio IX, que o colocou num colégio onde foi criado como católico.
Os pais, desesperados, fizeram de tudo para recuperar o filho, apelando a todas as instituições. O caso correu mundo e causou indignação e protestos generalizados, com muitos líderes políticos, intelectuais e membros da comunidade judaica a oporem-se à decisão papal.
Estreado no Festival de Cinema de Cannes, este drama biográfico tem realização do italiano Marco Bellocchio, também autor de Vencer (2009), O Traidor (2019) e Marx Pode Esperar (2021), e conta a história verídica de Edgardo Mortara (1851-1940).
Verão de 2021. Isabelle Huppert prepara-se para protagonizar O Cerejal de Anton Tchékhov (uma encenação do português Tiago Rodrigues). Fabrice Luchini, por seu turno, ensaia textos de Nietzsche que irá declamar. Os espectáculos de ambos vão estrear-se no Festival de Avignon, certame francês que, para além de teatro, integra exposições de artes visuais, leituras ou projecções de filmes.
Quando deixam os bastidores e sobem ao palco, os dois actores transfiguram-se. Mas o público não imagina tudo o que aconteceu até àquele momento. Seguindo o seu dia-a-dia, nas semanas que antecedem os espectáculos, o realizador Benoît Jacquot (Sade, Adeus, Minha Rainha, 3 Corações, Diário de Uma Criada de Quarto, O Último Amor de Casanova, Suzanna Andler) segue-lhes os passos e mostra-os como nunca os vimos antes.
Num futuro não muito distante, os EUA enfrentam a violência de uma guerra civil, com um grupo de rebeldes empenhados em depor o Presidente, que se tornou um ditador e se encontra a cumprir um terceiro mandato.
Quando as forças do Texas e da Califórnia se direccionam para a cidade de Washington com intenções de invadir a Casa Branca e tornar refém o chefe de Estado, um grupo de repórteres de guerra tenta chegar antes deles para fazer a cobertura. Mas, no meio do caos que prolifera por todo o território, não demora muito até se verem envolvidos numa luta pela própria sobrevivência.
Um drama distópico com assinatura de Alex Garland, que escreveu o romance A Praia (1996), adaptado ao grande ecrã por Danny Boyle, e os argumentos de 28 Dias Depois ou Dredd, e que realizou os filmes Ex-Machina e Men. O elenco conta com Kirsten Dunst, Cailee Spaeny, Stephen McKinley Henderson, Nick Offerman e o brasileiro Wagner Moura.
Randle Patrick McMurphy, um criminoso reincidente que finge ter perdido a razão, é transferido para um hospital psiquiátrico. Ali, onde é integrado num grupo de pessoas com todo o tipo de desequilíbrios, ele vai desestabilizar a rotina dos doentes e criar toda a espécie de conflitos, especialmente com Ratched, a enfermeira sociopata que administra a instituição.
Realizada em 1975, esta obra-prima de Milos Forman — também responsável por Amadeus, a biografia de Mozart, e de Larry Flynt, o controverso criador da revista pornográfica Hustler — teve um enorme êxito comercial e vale também pela denúncia dos limites da psiquiatria convencional no tratamento das doenças mentais.
Adaptando um romance homónimo de Ken Kesey, o filme foi também recebido com entusiasmo pela crítica e pela Academia de Hollywood, conquistando as cinco categorias mais importantes dos Óscares: melhor filme, realizador, actor (Jack Nicholson), actriz (Louise Fletcher) e melhor argumento (Lawrence Hauben e Bo Goldman). Só Uma Noite Aconteceu (1934), de Frank Capra, e, mais tarde, O Silêncio dos Inocentes (1991), de Jonathan Demme, conseguiram a mesma proeza.
Em 2020, a Netflix estreou a série Ratched, da autoria de Evan Romansky e Ryan Murphy, sobre uma ainda jovem Mildred Ratched (interpretada por Sarah Paulson), considerada a quinta maior vilã da história do cinema pelo American Film Institute.
Dia 18 de Abril, às 00h20, no canal Cinemundo.
Entre os turbulentos anos 1970 e 1990, em que o Peru vivia aterrorizado nas mãos de Sendero Luminoso (organização terrorista fundada, em 1960, por Abimael Guzman), nasceu uma crença sobre uma doença transmitida pelas mulheres violadas que estivessem grávidas ou a amamentar: o seu leite estaria contaminado pela tristeza e essas crianças seriam, para sempre, infelizes e desalmadas.
Fausta (Magaly Solier), ainda no útero materno, assistiu à violação da sua mãe e hoje é uma Teta Assustada. Agora, depois da morte dela, para que possa sobreviver ao mundo, ela terá que curar a sua tristeza e ultrapassar o seu medo paralisador.
Vencedora do Urso de Ouro e do prémio FIPRESCI na edição de 2009 do Festival de Berlim, esta segunda longa-metragem da peruana Claudia Llosa (depois de Madeinusa em 2006, também com Solier como protagonista), foi nomeada para o Óscar de melhor filme estrangeiro em 2010.
Disponível na Filmin.