“Os organismos públicos devem ajudar a resolver os problemas às empresas do turismo”, mas um “ecossistema perfeito” também assenta nas empresas e no “papel impulsionador” das instituições científicas na “inovação e qualificação” que deve marcar o sector, realçou Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo, na inauguração do Centro de Incubação de Base Tecnológica (CIBT) para empresas do sector do turismo, que decorreu esta segunda-feira na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril (ESHTE).
Considerando estarem reunidas todas as condições que elencou no novo centro de base tecnológica inaugurado na escola do Estoril, o secretário de Estado do Turismo congratulou-se por ter passado na “prova de fogo no conta-relógio do sr. ministro” – referindo-se ao facto de Pedro Reis, ministro da Economia, lhe ter delegado a responsabilidade de discursar na ocasião, apesar de estar presente no evento.
Pedro Machado destacou a importância da tecnologia para o sector do turismo na fase atual. “A inteligência artificial já está a acontecer, e a alavancar muitos dos pacotes que se vendem nas agências de viagens”, salientou Pedro Machado, chamando também a atenção para a nova campanha do Turismo de Portugal que será assente em processos de inteligência artificial.
“Pensar o futuro do turismo” no ‘campus’ do Estoril
O Centro de Incubação de Base Tecnológica (CIBT) envolveu um investimento de 3,4 milhões de euros, representando um novo equipamento do Turismo de Portugal no campus da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril. Com três pisos equipados com espaços de escritórios, de cowork e laboratórios de investigação, este centro de base tecnológica propõe-se “apoiar a criação e capacitação novos modelos de negócios para o sector do turismo”, conforme explicita o Turismo de Portugal.
“Não estamos só a inaugurar um edifício, mas a celebrar um compromisso do turismo com o futuro, através da tecnologia e da inovação”, frisou Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal, salientando que a escola do Estoril “é um espaço que tem diariamente 2,5 mil alunos, não falta aqui talento para pensar o futuro, e que o CIBT representa “mais um passo para lançar uma academia internacional de turismo” no âmbito da ESHTE.
O presidente da câmara de Cascais, Carlos Carreiras, lançou o apelo ao ministro da Economia no sentido de colocar, no ranking das melhores do mundo, uma escola de turismo localizada no concelho. “É um legado que gostaria de deixar”, admitiu Carreiras, lembrando que termina o mandato dentro de um ano e meio.
O CIBT conta com a gestão do NEST – Centro de Inovação do Turismo, fundado pelo Turismo de Portugal juntamente com outros parceiros, como a ANA Aeroportos de Portugal, a Google, a Microsoft, a Nos, a Brisa Via Verde ou bancos como o Millennium BCP e o BPI.
A possibilidades que se abrem com a inteligência artificial às empresas do sector do turismo foram destacadas na ocasião por Manuel Dias, diretor nacional de tecnologia da Microsoft Portugal.
“Estamos claramente num momento de viragem tecnológica, durante 70 anos tentámos ter máquinas que tivessem interfaces com o sector”, salientou o responsável da Microsoft, destacando a “oportunidade enorme” que a inteligência artificial traz ao turismo, em particular a nível de campanhas com possibilidade de criar imagens e sons, além da elaboração de orçamentos, entre inúmeras outras frentes.