Com pedidos de reuniões em cima da mesa mal chegou ao ministério e com uma greve de enfermeiros no horizonte (mesmo sem o apoio dos dois maiores sindicatos), a ministra da Saúde Ana Paula Martins, anunciou esta quarta-feira que os sindicatos médicos e dos enfermeiros já foram contactados para iniciarem negociações.
“Vamos iniciar as negociações sindicais com os enfermeiros, com os médicos e será muito em breve. O que quer dizer muito em breve? Nas próximas duas semanas porque, naturalmente, temos uma agenda em que vários ministérios têm que estar envolvidos nesta mesa negocial”, disse Ana Paula Martins.
A nova ministra da Saúde falava em declarações à margem da conferência “Desafios da Vacinação e Saúde Global: Presente e Futuro”, organizada pela Associação da Indústria Farmacêutica (Apifarma), sobre as reivindicações dos sindicatos médicos e dos enfermeiros, estes últimos com uma greve de cinco dias marcados para o final do mês e início de maio, para iniciarem com urgência as negociações.
“Os sindicatos já foram todos contactados exatamente com este objetivo de que as negociações se iniciarão muito brevemente”, salientou Ana Paula Martins.
Ressalvando que não iria fazer nenhum comentário sobre os cadernos de encargos dos sindicatos, a governante disse apenas que vai conversar e ouvir as estruturas sindicais e perceber os seus argumentos.
“O diálogo é feito nas duas vias, portanto, é muito importante ouvir os sindicatos, perceber que nos trazem com certeza informações do terreno daquilo que vivem os profissionais e é para isso que aqui estamos, para integrar aquilo que são as suas sugestões”, rematou.
Ao Expresso, a dirigente da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) confirmou que recebeu, na quinta-feira passada, um email “genérico, que não foi uma resposta direta à carta que a Fnam enviou ao ministério, em que se diz brevemente que os sindicatos seriam chamados ao longo desta semana”. Joana Bordalo e Sá diz por isso que aguarda que a convocatória com hora e data chegue.
“É necessário marcar esta reunião de uma vez por todas”, afirma, para logo avisar que este sábado vai reunir-se o Conselho Nacional da Fnam onde serão tomadas decisões sobre o caminho a seguir. “Não vamos ficar à espera eternamente. O que nós queremos é voltar à mesa das negociações e que tenhamos da parte do Governo competência, seriedade, sem jogos de bastidores. Que não seja como no ano passado. Que se cumpram as regras da negociação coletiva”, pede Bordalo e Sá.