Tuesday, 8 Jul 2025
  • My Feed
  • My Interests
  • My Saves
  • History
  • Blog
Subscribe
Nahorawes
  • Home
  • Shop
  • Health
  • Travel
  • World
  • Politics
  • Technology
  • 🔥
  • Technology
  • Travel
  • World
  • Politics
  • Health
  • Entertainment
Font ResizerAa
NahorawesNahorawes
0
  • Home
  • Shop
  • Health
  • Travel
  • World
  • Politics
  • Technology
Search
  • Home
  • Shop
  • Health
  • Travel
  • World
  • Politics
  • Technology
Have an existing account? Sign In
Follow US
© Na Hora News. All Rights Reserved.
Nahorawes > Blog > World > Marcelo e a escravatura
World

Marcelo e a escravatura

Nahora_Admin
Last updated: April 26, 2024 2:55 am
Nahora_Admin
Share
SHARE

As declarações do Presidente da República num encontro com representantes da imprensa estrangeira causaram polémica. Marcelo falou demais, não foi correto para com Montenegro e Costa, atirou o próprio filho aos leões no “caso das gémeas” e abriu a porta ao pagamento de reparações, por Portugal, pela escravatura e por atos cometidos no período colonial.

Os outros pontos da intervenção presidencial merecem também ser analisados, mas centremo-nos na questão das reparações, que não passaram despercebidas no exterior. Não por acaso, a ministra brasileira da Igualdade Racial, Anielle Franco, pediu de imediato “ações concretas” ao Governo português, sobre o legado da escravatura.

Em primeiro lugar, a forma e o timing de Marcelo não foram felizes, para além de, mais uma vez, fragilizar o Governo, precisamente na semana em que Lisboa recebeu os chefes de estado dos PALOP que vieram para as comemorações do 25 de Abril. Mas o Presidente está certo no essencial.

Nas colónias portuguesas, a escravatura foi formalmente abolida em 1869, embora tenha continuado a existir durante mais algumas décadas de forma encapotada. Mas um português “branco” de hoje é tão responsável pela escravatura como uma pessoa descendente de escravos, ou seja, nada. As desigualdades causadas pela escravatura continuam a existir, mas a culpa não se transmite pelos genes.

Outra coisa, porém, é a responsabilidade do Estado português, como entidade soberana que durante séculos promoveu e lucrou com a escravatura e com o tráfico transatlântico de escravos. O Estado português deve assumir a sua responsabilidade, como diz o Presidente da República, ainda que isso implique o pagamento de reparações, se for possível fazer isso com justiça, rigor e bom senso, de uma forma que realmente beneficie os descendentes comprovados das pessoas escravizadas e com valores que sejam simultaneamente justos e realistas.

Porém, o mesmo se pode dizer do Estado brasileiro, que do ponto de vista jurídico é o sucessor do Reino do Brasil, um dos estados constituintes do então Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves (1815/1822), que por sua vez sucedeu ao Estado do Brasil, a designação oficial da então colónia (1548/1815). Com a independência e o tratado que a reconheceu, assinado em 1825, o novo Império do Brasil herdou todos os direitos, pretensões territoriais e obrigações do antigo Reino e da colónia que o precedera. Podemos partir do princípio que também herdou uma parte das responsabilidades históricas da antiga América Portuguesa em áreas como a escravatura e ao tratamento dos indígenas. Aliás, o novo estado não só herdou essas responsabilidades como apenas aboliu a escravatura em 1888, 66 anos após a independência. E ainda hoje ocorrem situações de escravatura, o que já levou a uma condenação num tribunal internacional.

De resto, para lá da responsabilidade da Coroa (i.e., o Estado, tanto a nível central como colonial), quem construiu o Brasil com recurso a mão-de-obra escrava não foram os portugueses que ficaram deste lado do oceano, mas sim os que para lá foram colonizar o país e tentar fazer fortuna, como os traficantes de escravos de Salvador, os senhores dos engenhos da Baía, os fazendeiros de café de Minas e os célebres bandeirantes, que desbravaram o sertão para capturar indígenas e cujos descendentes integram as chamadas “familías quatrocentonas” da elite de São Paulo. Foi essa oligarquia de origem maioritariamente portuguesa que mais tarde conduziu o processo de independência do Brasil e que, em larga medida, governou o país nos últimos 200 anos, primeiro no período do Império e depois durante os vários regimes republicanos.

Podemos, por isso, responder a Anielle Franco que se Portugal tem responsabilidade histórica em relação à escravatura, também o Brasil a tem e que o governo de que a ministra faz parte deve ser igualmente chamado a responder ao repto de Marcelo. Diria mesmo que o pagamento de eventuais reparações pelo Estado português só fará sentido se for feito em conjunto com aquele que era o outro pilar do antigo império luso, o Brasil. Porém, tudo indica que esse processo não será fácil. Ainda há poucos anos, em 2018, o senado de Brasília arquivou um plano que, em teoria, permitiria indemnizar mais de 80 milhões de brasileiros afrodescendentes.

Este é um debate que ainda está no início e que deve ser conduzido com racionalidade. “O passado é um país estrangeiro; lá fazem as coisas de forma diferente”, escreveu L.P. Hartley. Olhar para o passado sem atender aos valores e costumes de cada época, fazendo ”cherry picking” histórico, não ajuda à verdade e à justiça. Em vez disso, só contribui para a polarização de uma sociedade já muito dividida e para minar a democracia, numa altura em que, com a ascensão dos extremismos, não a podemos dar por garantida.

Share This Article
Twitter Email Copy Link Print
Previous Article Microsoft supera projeções de lucros e receitas com ajuda da cloud e inteligência artificial – Tecnologias
Next Article Filho vê a mãe morrer durante viagem de sonho em Namíbia – África
Leave a comment

Leave a Reply Cancel reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *

Your Trusted Source for Accurate and Timely Updates!

Our commitment to accuracy, impartiality, and delivering breaking news as it happens has earned us the trust of a vast audience. Stay ahead with real-time updates on the latest events, trends.
FacebookLike
TwitterFollow
InstagramFollow
LinkedInFollow
MediumFollow
QuoraFollow
- Advertisement -
Ad image

Popular Posts

Pedro Nuno Santos otimista para as negociações do OE2025 mas sem medo de eleições – Política

Pedro Nuno Santos esclareceu esta quarta-feira, em entrevista ao NOW, que não tem medo de…

By Nahora_Admin

Todos os concertos marcados para 2024 em Portugal

EARL SWEATSHIRT LAV - Lisboa Ao Vivo, 20 de setembro THE GIFTLargo do Toural, Guimarães,…

By Nahora_Admin

“Coloquem num caixote as cascas e os restos de alimentos que deixam no frigorífico e pesem. É um flagelo ambiental e económico”

Nuno FoxCriou o projeto Zero para comunicar sustentabilidade, o que tem feito através das redes…

By Nahora_Admin

You Might Also Like

World

Suspeito usou faca de cozinha para atacar crianças em Southport. Faz 18 anos dentro de seis dias – Mundo

By Nahora_Admin
World

Empreendedora Halla Tómasdóttir toma posse como presidente da Islândia

By Nahora_Admin
World

Khamenei lidera orações fúnebres de Haniyeh, depois de ordenar ataque a Israel | Médio Oriente

By Nahora_Admin
World

Mais de 100 detidos em Londres após ataque à faca que vitimou três meninas em Southport – Mundo

By Nahora_Admin
Nahorawes
Facebook Twitter Youtube Rss Medium

About US


Na Hora News brings you the latest updates and insights on Portugal’s politics, culture, economy, sports, and more, delivering timely news for a well-informed audience.

Top Categories
  • World
  • Politics
  • Tech
  • Health
  • Travel
Usefull Links
  • About us
  • Contact Us
  • Privacy Policy
  • Terms & Conditions

© Na Hora News. All Rights Reserved. Powered & Designed by Quantum Sites Studio

Always Stay Up to Date

Subscribe to our newsletter to get our newest articles instantly!

Welcome Back!

Sign in to your account

Lost your password?