Os responsáveis pela análise notam que há diversidade dentro dos grupos políticos e dentro dos partidos nacionais, sendo possível encontrar protetores em todo o espetro político, com exceção da extrema-direita.
Uma minoria dos eurodeputados agiu no mandato 2019-2024 para proteger o clima e a natureza e reduzir a poluição, indica uma análise de cinco das principais organizações ambientalistas europeias, que colocam PSD e CDS-PP no grupo dos piores.
De acordo com a análise, que é hoje apresentada em Bruxelas, a maioria dos eurodeputados ou agiu para adiar iniciativas ou como “pensador pré-histórico”, atrasando a ação necessária ou “votando de forma irregular e inconsistente”.
Ou, acrescentam as organizações num comunicado, essa maioria falhou completamente “no apoio a iniciativas que visam fortalecer a capacidade da União Europeia (UE) enfrentar o desafio das diferentes crises que se lhe colocam no presente e no futuro”.
No barómetro de avaliação, as cinco organizações ambientalistas colocam as forças políticas em três grupos, de acordo com as ações de proteção do clima: os protetores, os que mais protegeram; os procrastinadores, na posição intermédia; e os que menos apoiaram as ações relacionadas com o clima, os pensadores pré-históricos.
Os responsáveis pela análise notam que há diversidade dentro dos grupos políticos e dentro dos partidos nacionais, sendo possível encontrar protetores em todo o espetro político, com exceção da extrema-direita.
E explicam que deram a cada grupo/partido uma pontuação, numa escala até 100, sendo esse o valor mais ambientalista.
No grupo dos protetores, as organizações colocaram em primeiro lugar os “Verdes/Aliança Livre Europeia”, com 92 pontos (de 100 possíveis), seguindo-se “A Esquerda”, com 84 pontos, e depois a “Aliança Progressista dos Socialistas e Democratas”, com 70 pontos.
O grupo dos procrastinadores tem apenas o “Renovar a Europa”, com 56 pontos, e nos pensadores pré-históricos ficaram os outros três grupos, o “Partido Popular Europeu” com 25 pontos, o dos “Conservadores e Reformistas Europeus”, com 10 pontos, e o “Identidade e Democracia”, com seis pontos em 100 possíveis.
Olhando apenas para os eurodeputados portugueses e aplicando a mesma avaliação, o Bloco de Esquerda e o PS são classificados como protetores, o PCP é procrastinador, e o PSD e o CDS-PP pensadores pré-históricos.
O Bloco de Esquerda (91 pontos) está na média do seu grupo político (Aliança Livre Europeia) e o PS (79 pontos) está mesmo acima do seu (Aliança Progressiva dos Socialistas e Democratas).
Pior classificado está o PCP, que com 67 pontos não foi além de procrastinador, quando o seu grupo político (A Esquerda, 84 pontos) está bem acima, classificado como protetor.
Nos pensadores pré-históricos, o PSD (27 pontos) está dentro da média do seu grupo, ligeiramente acima, e o CDS-PP (20) está abaixo da média (os dois no Partido Popular Europeu).
O barómetro analisou o voto individual de cada eurodeputado e classificou-o em relação às recomendações de voto das cinco organizações ambientais sobre 30 dossiers políticos, que incluem legislação em matéria de clima, natureza e poluição.
“Os benefícios para os cidadãos de uma transição socialmente justa para uma Europa com impacto neutro no clima, positiva para a natureza e com poluição zero são enormes e, nos últimos cinco anos, o Parlamento Europeu teve o poder e a oportunidade de atuar corajosamente para conduzir a União Europeia neste sentido”, dizem as organizações no comunicado, que em Portugal é subscrito e divulgado pelas associações ambientalistas Geota, Spea, Quercus e Zero.
E acrescentam que a divulgação desta informação permite aos cidadãos europeus responsabilizarem os seus representantes pelo recente desempenho parlamentar, e exigirem maior ambição nos próximos cinco anos. As eleições europeias decorrem em junho próximo.
O barómetro é da responsabilidade das organizações “BirdLife Europe”, “Climate Action Network Europe”, “European Environmental Bureau”, “Transport & Environment” e “Gabinete de Política Europeia da WWF”.