A NOS registou um resultado líquido de 67,8 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que representa um aumento de 93,5% face ao mesmo período de 2023, divulgou a companhia, em comunicado, esta terça-feira.
No mesmo documento, a empresa de telecomunicações informa que este número conta com um efeito extraordinário de 22,2 milhões de euros. Sem isso, o resultado líquido tinha-se fixado nos 45,7 milhões de euros (o que, ainda assim, representaria um crescimento de 30,6%).
Este efeito extraordinário diz respeito a um diferendo com a Anacom, a entidade reguladora do setor das telecomunicações em Portugal, que foi decidido pelos tribunais a favor da NOS. Em causa esteve um pedido de liquidação de taxas de atividade, tendo a empresa a receber um total de 38,5 milhões de euros.
Parte deste montante já foi liquidado no último trimestre do ano anterior e os tais 22,2 milhões foram pagos entre janeiro e março de 2024. O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) melhorou 6,3%, para os 184,5 milhões de euros, nos primeiros três meses do ano.
“Passada uma fase de avultado investimento em 5G, estamos agora focados em explorar ao máximo as potencialidades desta tecnologia, com produtos e serviços que reforcem a competitividade das empresas e o bem-estar das famílias”, começa por explicar Miguel Almeida, presidente executivo da empresa, no comunicado.
Até ao final de março, a rede 5G da NOS cobria mais de 96% da população portuguesa, um valor que compara com a média da União Europeia de 81%. “Em paralelo, temos vindo a acelerar o programa de transformação da empresa, assente na massificação da utilização de inteligência artificial, para impulsionar o nível de eficiência das nossas operações”, acrescenta o gestor.
As receitas consolidadas aumentaram 5,7% para os 403,3 milhões de euros, sendo que as receitas com o serviço de telecomunicações subiram 5,4% para os 389 milhões, “refletindo o aumento do número de serviços”, que subiu 197 mil face ao período homólogo, para mais de 11 milhões. As receitas com cinema e audiovisuais subiram 11,6%, para os 22,8 milhões de euros.
Entre janeiro e março, o investimento da empresa totalizou 92 milhões de euros, o que representa 22,2% das receitas obtidas no mesmo período, salienta a empresa no comunicado desta terça-feira.
Em 2023, a empresa liderada por Miguel Almeida registou um lucro de 181 milhões de euros, o que representou uma queda de 19,4% face ao período homólogo.