Israel vai encerrar escolas e restringir reuniões por razões de segurança, após ameaças do Irão de resposta ao ataque mortal levado a cabo no início de abril contra o consulado iraniano em Damasco.
Israel vai encerrar escolas e restringir reuniões por razões de segurança, após ameaças do Irão de resposta ao ataque mortal levado a cabo no início de abril contra o consulado iraniano em Damasco, anunciou hoje o Exército israelita.
A partir de domingo, primeiro dia da semana em Israel, “atividades de ensino, viagens e passeios” escolares ou extracurriculares estão suspensos, disse o porta-voz do Exército, Daniel Hagari, num discurso em vídeo, citado pela agência France-Presse.
A medida decidida “no que diz respeito às condições de segurança” é válida nesta fase por dois dias, domingo e segunda-feira. Como parte dessas restrições, a receção e as excursões de centros recreativos também serão canceladas.
À medida que se aproxima a Páscoa judaica, as reuniões ao ar livre serão limitadas a mil pessoas, com um número ainda mais restrito nas regiões fronteiriças do país, onde as praias estarão fechadas. As atividades profissionais não são afetadas por estas restrições.
O porta-voz do Exército apelou à população para ser “vigilante e responsável”. “Os sistemas de defesa e ataque da Força Aérea estão em alerta e dezenas de aeronaves patrulham os céus, preparadas e prontas (…) Temos um excelente sistema de defesa aérea, mas a defesa não é hermética”, acrescentou.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, por sua vez, indicou que estava a cancelar uma viagem planeada à Áustria e à Hungria com famílias de reféns detidos em Gaza.
O Irão prometeu retaliar após o ataque mortal de 01 de abril contra o seu consulado em Damasco, uma operação que atribui a Israel.
O presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, alertou na sexta-feira que espera que o Irão tome medidas “em breve”.
O Irão apreendeu hoje um navio porta-contentores perto do Estreito de Ormuz, uma das rotas marítimas mais movimentadas. No entanto, as autoridades iranianas não disseram se esta operação estava ligada às suas recentes ameaças de retaliação após o ataque mortal ao consulado iraniano em Damasco, no início de abril, que foi atribuído a Israel.
O navio com pavilhão português, um porta contentores, foi apresado perto do Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, com um total de 25 tripulantes a bordo. Numa nota sábado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou então tratar-se de um navio de carga, o MSC Aries, com pavilhão português (registo na Região Autónoma da Madeira), sendo a empresa proprietária a Zodiac Maritime Limited, com sede em Londres.
A Zodiac Maritime, parte do Grupo Zodiac, tem uma frota de mais de 180 navios e pertencente ao bilionário israelita Eyal Ofer. O navio saiu de Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos, com destino a Nhava Sheva, na Índia, e a última posição recebida foi sexta-feira, exatamente no mesmo local perto do Estreito de Ormuz onde foi apresado.
As tensões, marcadas nos últimos seis meses pela guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, subiram recentemente com um bombardeamento a 01 de abril ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, que matou altos funcionários militares iranianos, e que foi atribuído a Telavive.