O exército israelita informou que o comandante do batalhão Al-Farkan das Brigadas Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas, foi morto no bombardeamento de domingo da escola Hassan Salama, no bairro de Al-Nasr, na cidade de Gaza. Além do comandante dessa milícia do Hamas, Jaber Aziz, cerca de 30 pessoas morreram no ataque, segundo o balanço das autoridades da Faixa de Gaza.
“Este domingo, aviões de combate atacaram terroristas do Hamas que operavam no complexo de comando e controlo da organização escondido nas escolas Hassan Salama e Al-Nasr, na cidade de Gaza”, precisou o comunicado militar. Informações dos serviços secretos israelitas situavam Aziz na escola Hassan Salama, o que motivou o ataque, que matou “vários outros terroristas”, segundo Israel.
Jaber Aziz juntou-se à Brigada Al-Farkan em 2020, participou no ataque de 7 de outubro e também em ações posteriores contra as forças israelitas que entraram na Faixa de Gaza. “Aziz era uma importante figura de comando nos combates, e a sua morte é um duro golpe para o Hamas”, sublinhou o Exército israelita.
As autoridades da Faixa de Gaza denunciaram a morte de pelo menos 30 civis no bombardeamento das duas escolas da cidade de Gaza. Um porta-voz do Serviço de Defesa Civil palestiniano, Mahmoud Basal, declarou que a maioria das vítimas mortais eram crianças e que Israel cometeu “um massacre em todos os sentidos do termo”.
O exército israelita também reivindicou a morte de Abad al-Zeriei, ministro da Economia do governo do Hamas na Faixa de Gaza, num bombardeamento efetuado no domingo pela força aérea, cujas coordenadas não foram reveladas.
O exército israelita alegou que al-Zeriei desempenhava um papel importante nos esforços da organização islamista para “assumir o controlo da ajuda humanitária que entra na Faixa de Gaza”, bem como na gestão dos mercados “controlados pelo Hamas” no pequeno enclave palestiniano.
OUTRAS NOTÍCIAS QUE MARCARAM O DIA:
⇒ Quatro militares israelitas ficaram gravemente feridos após a explosão de uma granada na Faixa de Gaza, adiantaram esta segunda-feira as Forças Armadas de Israel. Uma pessoa aproximou-se do local onde os militares se encontravam e atirou uma granada na sua direção. Os soldados responderam e abriram fogo, neutralizando o agressor, de acordo com fontes militares citadas pelo jornal israelita Yedioth Aharonoth.
⇒ O Irão afirmou que tem o “direito legal” de punir Israel pelo assassinato do líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, que atribui a Telavive, e defendeu que a República Islâmica não é responsável pela escalada na região. “Consideramos indiscutível o nosso direito de defender a nossa segurança nacional, a nossa soberania e a nossa integridade territorial”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Nasser Kanani, na habitual conferência de imprensa semanal.
⇒ O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que o exército deve estar preparado para “todas as opções”, incluindo uma “transição rápida para um ataque”, caso o Irão ataque o território israelita.
⇒ Uma base iraquiana que acolhe tropas dos Estados Unidos foi alvo de um ataque com ‘rockets’, dias depois de uma ofensiva norte-americana ter matado quatro combatentes iraquianos pró-Irão, adiantaram fontes de segurança do Iraque. Alguns “caíram dentro da base” e um ‘rocket’ caiu sobre uma aldeia vizinha, sem causar danos, disse fonte de segurança iraquiana à agência France-Presse (AFP).
⇒ O chefe do Comando Central das Forças Armadas dos EUA, Michael Korilla, aterrou em Israel para abordar a situação estratégica na região, devido à ameaça de um ataque iminente do Irão ou do Hezbollah contra Israel.
⇒ As forças israelitas acusaram a agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA) de “cair para um novo nível”, depois de uma investigação da ONU divulgada esta segunda-feira admitir que nove trabalhadores da UNRWA “podem ter estado envolvidos” nos ataques do Hamas de 7 de outubro. “A sua agência de ‘ajuda’ caiu oficialmente para um novo nível e está na hora de o mundo ver a sua verdadeira face”, sublinhou Nadav Shoshani, porta-voz internacional das Forças Armadas de Israel, através da rede social X.
⇒ Dez peritos da ONU alertaram para a “escalada de recurso à tortura” em Israel contra prisioneiros palestinianos desde o início do atual conflito, denunciando uma “impunidade absoluta” e apelando à prevenção deste crime contra a humanidade. No relatório divulgado, os peritos da ONU, mandatados pelo Conselho de Direitos Humanos, que não se exprimem em seu nome, indicam ter recebido “informações credíveis” que revelam numerosos casos de tortura, agressões sexuais e violações “em condições inumanas atrozes”.
⇒ O chefe do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Sergey Shoigu, disse em Teerão que o seu país “está pronto para uma cooperação abrangente com o Irão em questões regionais”. Na reunião com o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, o major-general Mohammad Baqeri, discutiram os desenvolvimentos regionais e a cooperação bilateral em questões de segurança e projetos comerciais, informou a IRNA.
⇒ A Turquia vai solicitar ao Tribunal Internacional de Justiça ser associada ao processo da África do Sul contra Israel por alegada violação da Convenção Contra o Genocídio, revelou o ministro turco dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan. O processo foi formulado em dezembro de 2023 contra Israel devido à sua ofensiva militar na Faixa de Gaza, onde segundo os números das autoridades locais já foram mortos mais de 39.600 palestinianos.
⇒ As famílias dos reféns israelitas feitos pelo criticaram a entrega pelo Exército de Israel de cerca de 80 cadáveres de palestinianos àquele enclave, onde foram sepultados. “Como pode Israel, sob a liderança de [Benjamin] Netanyahu, devolver corpos sem garantir a libertação de nenhum dos nossos entes queridos?”, afirmou numa mensagem o Fórum das Famílias dos Reféns, a plataforma que reúne muitos dos familiares dos sequestrados pelo Hamas ainda mantidos em cativeiro na Faixa de Gaza.
⇒ “Falei com o Presidente Mohammed bin Zayed [Presidente dos Emirados Árabes Unidos] e com o príncipe herdeiro [saudita] Mohammed bin Salman sobre a situação no Médio Oriente. Apelamos a todos os intervenientes para que demonstrem responsabilidade e moderação para evitar uma escalada regional”, escreveu o Presidente francês, Emmanuel Macron, na rede social X. O Presidente francês garantiu ainda que podem contar com a França para procurar “uma solução diplomática”, especialmente no que diz respeito à Linha Azul, a zona de demarcação entre Israel e o Líbano instituída pelas Nações Unidas.
⇒ Em comunicado, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, que se pronuncia em nome dos 27 países do bloco comunitário, disse que a União “está seriamente preocupada com a destruição ininterrupta de infraestruturas civis essenciais, incluindo uma estação de tratamento de água em Rafah”. Alertou que a “catástrofe humanitária que se deteriora a cada dia” está a criar “condições que ameaçam a vida da população civil já severamente debilitada” e deixou um alerta para as Forças Armadas de Israel: “Destruir infraestruturas civis essenciais é um crime de guerra”.
⇒ A Organização Mundial de Saúde (OMS) enviou para o Líbano 32 toneladas de material médico para preparar “qualquer escalada” no país, quando aumentam os receios de intensificação do conflito entre os xiitas do Hezbollah e Israel. Durante a receção do apoio no Aeroporto Internacional de Beirute, o ministro libanês da Saúde Pública, Firas Abiad, reiterou que o seu país não quer “a guerra”, mas que no atual cenário tem reforçado as medidas.
⇒ O Hezbollah, apoiado pelo Irão, disse ter atingido uma base militar no norte de Israel em resposta a “ataques e assassinatos” de Israel em diversas localidades do sul do Líbano, e na sequência da morte na semana passada de um comandante militar do movimento xiita no Líbano e do líder político do Hamas no Irão.
⇒ Os chefes da diplomacia dos 57 Estados-membros da Organização de Cooperação Islâmica (OCI) reúnem-se quarta-feira para analisar o que classificam de “crimes de Israel”, nomeadamente o assassinato do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, na semana passada em Teerão. Na agenda desta reunião de cariz extraordinário, também consta uma análise das “agressões contra a soberania do Irão”.
⇒ O ministro das Finanças do Governo israelita anunciou que vai destinar cerca de 100 milhões de shekels (24 milhões de euros) de impostos cobrados em nome da Autoridade Palestiniana para pagamentos às famílias das vítimas do terrorismo.
⇒ O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, apelou a uma “ação urgente” para evitar um conflito “mais vasto” no Médio Oriente quando aumentam os receios de escalada militar entre o Irão e Israel. Tudo deve ser feito para que a situação não “se deteriore ainda mais e caia num abismo com consequências ainda mais terríveis para os civis”.