Já são conhecidos os 18 projetos que vão ser financiados pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) e o PlanAPP – Centro de Competências de Planeamento, de Políticas e de Prospetiva da Administração Pública para aproximar a academia das políticas públicas. Estudo do impacto dos estrangeiros nos preços da habitação em Portugal, efeitos dos fundos europeus na competitividade das empresas e proposta de regulação da inteligência artificial (IA) no mercado nacional são alguns dos projetos selecionados.
A primeira edição Science4Policy foi lançada em setembro do ano passado e contou com 71 candidaturas. Em fevereiro foi lançada a segunda edição e os resultados devem ser conhecidos em junho. Para já, os 18 projetos selecionados contam com um financiamento entre 40 e 50 mil euros cada um, e um prazo de 12 meses para apresentarem resultados.
Um dos escolhidos vai estudar em que medida os fundos europeus e vêm revelando eficazes no aumento da competitividade das empresas. Segundo a Comissão Europeia, nenhum Estado-membro dos 27 depende tanto de fundos comunitários para investir como Portugal e, no âmbito do Portugal 2020, 90% do investimento público foi feito através de fundos europeus. Agora, um dos projetos do Science4Policy quer analisar o impacto dos fundos comunitários no apoio ao investimento das empresas em Portugal, em especial nas startups.
Outro tema que se mantém na atualidade e agora é contemplado com financiamento, é o da habitação. Nos últimos anos os centros urbanos assistiram a um disparo dos preços do imobiliário, os inquilinos viram as rendas subir significativamente e os proprietários com crédito à habitação as prestações mensais escalar. Em 2023, as ruas tornaram-se os palcos de reivindicações com dezenas de protestos, e as críticas a instrumentos aproveitados por estrangeiros cresceram de tom. Um dos estudos vencedores propõe-se a testar em que medida os estrangeiros, nomeadamente segmentos de alto rendimento, contribuíram para um agravamento da situação.
Falta de transparência, preconceito e discriminação, preocupações com a privacidade, desinformação e manipulação e dilemas éticos são alguns dos maiores riscos apresentados pela Inteligência Artificial (IA). Por isso, outro dos projetos selecionados ambiciona antecipar a regulação da IA e fornecer informações aos decisores através de uma abordagem ética e do desenvolvimento de uma IA responsável.
O orçamento total do concurso é de um milhão de euros, sendo que cada projeto terá um financiamento entre 40 e 50 mil euros, dependendo da linha temática. Ao fim de 12 meses, os projetos selecionados devem entregar um relatório com recomendações para os problemas identificados na área em estudo. Os investigadores integram-se, na sua maioria, em universidades e politécnicos, mas também em centros de estudo ou laboratórios de investigação,
Esta iniciativa insere-se no projeto “Ciência para as Políticas Públicas” e tem como principais objetivos aproximar investigadores científicos e decisores políticos, por um lado, e estimular a produção de conhecimento científico que ajude a recolher evidências para a tomada de decisões públicas.