O braço armado do Hamas anunciou este sábado, na rede Telegram, a morte de um refém israelita, detido em Gaza no ataque do grupo islâmico em 7 de outubro, e de quem tinha transmitido imagens vivo horas antes.
A agência noticiosa francesa (AFP) refere no texto em que cita a informação vinculada na Telegram, que, quando contactado, o exército israelita não quis comentar imediatamente a notícia.
No vídeo, o refém foi identificado pelo Fórum de Famílias de Reféns, uma associação que representa algumas das famílias das pessoas raptadas pelo Hamas em 7 de outubro durante um concerto em Israel, como Nadav Popplewell, um cidadão israelo-britânico de 51 anos, do Kibutz Nirim.
As Brigadas Ezzedine al-Qassam referiram, num vídeo, que o refém morreu este sábado e atribuíram a morte aos “ferimentos sofridos depois de caças sionistas [israelitas] terem atacado o local onde estava detido há mais de um mês”.
Pouco antes, o grupo armado tinha transmitido um primeiro vídeo, com cerca de dez segundos, e sem data de gravação especificada, em que mostravam o refém, com o olho inchado e um olhar abatido, articulando o nome e a idade.
O refém estava diante de uma parede de azulejos brancos, num local que parecia escuro.
A mensagem do braço armado do Hamas, que Israel, juntamente com os Estados Unidos e a União Europeia, considera uma organização terrorista, é acompanhada por “hashtags” escritas em árabe e hebraico, com os dizeres: “O tempo está a esgotar-se” e “o teu Governo está a mentir”.
O vídeo surgiu no 218º dia de guerra e numa fase em que as negociações indiretas entre Israel e o Hamas para alcançar uma trégua em Gaza associada à libertação de reféns parecem estar num impasse. As delegações dos países mediadores (Egito, Catar e Estados Unidos) deixaram o Cairo na quinta-feira sem um acordo após demoradas negociações.
A guerra eclodiu em 7 de outubro, quando comandos do Hamas infiltrados a partir de Gaza realizaram um ataque sem precedentes contra Israel, matando mais de 1.170 pessoas, a maioria civis, segundo um relatório da AFP baseado em dados oficiais israelitas. Mais de 250 pessoas foram sequestradas e 128 permanecem cativas em Gaza, das quais 36 terão morrido, segundo o exército.
Em resposta, Israel prometeu “aniquilar o Hamas”, no poder em Gaza desde 2007, e libertar os reféns, e lançou uma ofensiva que até agora provocou 34.971 mortos, segundo o Ministério da Saúde daquele movimento islâmico.
Outros vídeos de reféns já foram transmitidos por grupos armados palestinianos desde o início da guerra e foram denunciados por Israel como manipulação psicológica para pressionar o Governo israelita.