O setor da moda de luxo, com 4 mil milhões de euros, e o dos artigos de desporto e “outdoors”, com 2,7 mil milhões de euros, foram as áreas mais impactadas.
De acordo com o relatório “Adyen Index: Retail Report 2024”, realizado em colaboração com o Centre for Economic Business and Research (Cebr), divulgado esta segunda-feira, as empresas portuguesas que previam aumentar as suas receitas em 100% ou mais em 2024 também perderam um montante mais elevado devido a fraude nos últimos 12 meses no valor de 3,4 mil milhões de euros, com a plataforma global de tecnologia financeira a advertir que “o crescimento rápido deve ser acompanhado das tecnologias corretas para proteger a empresa e os clientes”.
O valor médio perdido por pessoa em Portugal foi de 428,18 euros – um aumento de 186% comparado com a última pesquisa realizada pela Adyen em 2023.
No entanto, apesar do aumento significativo de fraude, 53% das empresas nacionais afirmaram ter sistemas eficazes de prevenção de fraude em vigor – uma diminuição de 6 pontos percentuais em comparação com o ano passado (59%), sinaliza a Adyen, num comunicado enviado às redações.
O risco de fraude afetou o comportamento dos consumidores nacionais, tanto nas compras em loja como online, com 28% a indicar que se sentem-se mais inseguros quando fazem compras hoje em comparação com há dez anos.
Neste seguimento, 28% dos consumidores optam ativamente por fazer compras em lojas com medidas de segurança mais rigorosas. E quando fazem compras online, 19% dos consumidores apreciam quando os retalhistas lhes pedem para verificar a identidade, pelo menos, através de duas formas diferentes, refere o mesmo estudo.
A Adyen nota, porém, que os retalhistas estão a explorar a melhor forma para responder à crescente ameaça de fraude, com o objetivo de se protegerem a si próprias e aos seus clientes, apontando que, no caso de Portugal, 34% das empresas consideram a possibilidade de mudar o seu prestador de serviços de pagamento para um que ofereça melhores métodos de defesa contra fraude.
Olhando a nível mundial, o retalho perdeu 398 mil milhões de euros devido a fraude em 2023. No total, quase metade das empresas globais – 45% – foram vítimas de atividades fraudulentas, ciberataques ou fugas de dados nos últimos 12 meses, o que aumentou 32% em comparação com os números de 2022.
A atividade fraudulenta está também a afetar a carteira dos compradores a nível mundial, com 35% a serem vítimas de fraude nos pagamentos no último ano, em comparação com 23% de vítimas em 2022.
Das empresas inquiridas, mais de metade (55%), começaram a considerar a forma como podem cumprir a Diretiva dos Serviços de Pagamento 3 (DSP3) – uma diretiva da União Europeia que estabelece regras mais rigorosas para proteger os direitos dos consumidores e as informações pessoais no setor financeiro.
“A fraude é um desafio constante para os retalhistas e os resultados de hoje demonstram como pode ter um impacto significativo nos lucros”, afirma o CCO da Adyen, Roelant Prins, citado na mesma nota, em que alerta que “os criminosos estão a aplicar métodos cada vez mais sofisticados quando atacam empresas ao servirem-se da inteligência artificial, pelo que é fundamental investir nos mecanismos de defesa certos para proteger a empresa e os clientes”.