Embaixador aposentado, Francisco Seixas da Costa, nasceu em Vila Real e, aos 19 anos, já escrevia para crónicas sobre política internacional para o jornal “A Voz de Trás-os-Montes”. Estava na tropa no 25 de Abril de 1974, e foi colocado nos serviços de apoio à Junta de Salvação Nacional, que funcionavam no Palácio da Cova da Moura, muito próximo do Ministério dos Negócios Estrangeiros: “Um dia encontrei um colega que me disse que iria abrir um concurso para a Carreira Diplomática, e decidi concorrer. Éramos 800, entrámos vinte e poucos”, quando Mário Ruivo tutelava a pasta dos Negócios Estrangeiros, no V Governo Provisório.
Considera que a “política externa é independente dos ciclos políticos”, e lembra que “a relação transatlântica sobreviveu [à transição] da ditadura para a democracia”, apesar de no período que se seguiu à revolução dos cravos Portugal ter sido “uma frente da Guerra Fria: nunca me esqueço da fotografia do general Vasco Gonçalves numa reunião da NATO, em Bruxelas”, quando era primeiro-ministro, nos tempos quentes da revolução.
Depois do sucesso editorial de “Antes que me Esqueça”, o seu último livro de apontamentos diplomáticos – que já vai na 3ª edição e tem perto de 700 páginas – Francisco Seixas da Costa tem planos para escrever (pelo menos) mais dois livros: um novo volume de histórias do quotidiano de um diplomata e outro que será uma espécie de manual para iniciados na arte do entendimento entre Estados e organizações internacionais.
Oiça a conversa com um homem que viveu de perto alguns dos acontecimentos mais marcantes dos últimos 50 anos.
O Mundo a Seus Pés é um programa semanal da editoria internacional do Expresso. A condução do programa é rotativa entre os jornalistas Pedro Cordeiro, Manuela Goucha Soares, Ana França e Hélder Gomes.