O sistema de saúde em França vai ter uma reforma para tentar assegurar a prestação de cuidados a todos os que precisam. À semelhança dos males de que padece o Serviço Nacional de Saúde, também os franceses têm falta de médicos, listas de espera ou outras dificuldades no acesso à Saúde. Entre as medidas a adotar, o governo francês inclui a penalização dos utentes que faltarem às consultas médicas.
Numa entrevista à imprensa regional, no sábado, o primeiro-ministro francês, Gabriel Attal, revelou estar a preparar a aprovação de uma espécie de multa para os utentes que não comparecerem no atendimento médico agendado ou que não comunique a sua ausência até, pelo menos, à véspera da consulta. O valor do “imposto lapin” proposto, como lhe chama a imprensa, é de cinco euros e deverá começar a ser cobrado ainda este ano.
O chefe do governo adiantou ainda outras das medidas para a reforma da prestação de cuidados para garantir o acesso a um profissional de saúde à noite e nos fins de semana a 30 minutos de casa de cada utente. “Estamos longe disso porque, por falta de cuidados organizados, cerca de quatro milhões de pessoas estão sem recurso médico nestes períodos. Depois da meia-noite, já não há médicos de em 29 departamentos. Mesmo nas noites dos dias de semana, a continuidade dos cuidados por vezes já não é garantida.”
Nas urgências hospitalares, o plano de Attal é limitar o fluxo de doentes, apontando em incentivos e cooperação interprofissional. Ou seja, pagar aos médicos de família que aceitem fazer horas em urgências com escalas por assegurar.
E, para não desfalcar os cuidados primários, permitir que outros profissionais de saúde, como enfermeiros, dentistas ou parteiras, possam participar mais na prestação de cuidados. Por exemplo, fomentar o recrutamento de assistentes médicos, permitir a outros profissionais de saúde além dos médicos a prescrição de antibióticos ou a vacinação ou aumentar o recurso a profissionais fora da União Europeia.