França vive momentos de tensão, depois de dois jovens, menores de idade, terem sido atacados fora do recinto escolar. As agressões ocorreram em regiões distintas do país, mas ambos os casos envolveram especial crueldade e violência.
Esta quinta-feira, um jovem de 15 anos terá sido agredido por um grupo de várias pessoas que fugiram do local, na região de Viry-Chatillon, a cerca de 20 quilômetros do sul de Paris. O menor acabou por morrer, depois de ter sido hospitalizado e submetido a uma cirurgia de urgência.
O ataque foi descrito como um “massacre”, a palavra usada pelo presidente da cidade de Viry-Châtillon, em declarações ao canal televisivo francês BFMTV.
Dias antes, uma jovem de 14 anos ficou gravemente ferida, acabando por entrar temporariamente em coma, depois de ter sido atacada por um grupo de três adolescentes. Entre os autores do crime está uma jovem de 14 anos, estudante na mesma escola da vítima, e que confessou o crime. Os outros dois acusados são também menores, de 14 e 15 anos, e foram igualmente detidos.
Em declarações à BFMTV, a mãe da jovem revelou que a filha era vítima de bullying pela sua forma de vestir e práticas religiosas, o que pode ter sido a causa para a agressão. Ao mesmo canal televisivo, a ministra da Educação francesa, Nicole Belloubet, disse ter ordenado uma investigação, para apurar as motivações do ataque.
O ambiente vivido nas escolas francesas piorou desde que, em 2020, dois professores foram brutalmente assassinados. Um deles, Samuel Paty, foi decapitado num dos bairros de Paris enquanto outro, Dominique Bernard, foi morto na escola onde dava aulas, na cidade de Arras, em França. Em ambas as situações, os assassinatos foram cometidos por ex-alunos radicalizados, segundo recorda a BBC.
Artigo de Mariana Jerónimo, editado por Mafalda Ganhão