Foi na cidade histórica de Saint-Malo – em França – na região da Bretanha, que os formandos do curso de Capacitação em Nutrição Vegetal receberam os diplomas que certificam a conclusão bem-sucedida desta jornada académica que contou com cerca de 100 participantes, ao longo de 18 meses.
Além do Instituto Superior de Agronomia (ISA), principal parceiro da iniciativa, as sessões de formação também ocorreram na Universidade de Évora (EU), na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e na Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS).
“O desafio da transferência de conhecimento, para o Instituto Superior de Agronomia, é absolutamente essencial”, garante António Guerreiro de Brito, presidente do ISA. Não obstante, embora este desafio de passar o conhecimento da academia para o terreno nem sempre seja fácil ou simples, é – segundo os peritos – mais urgente do que nunca. “Temos conhecimento em quantidade e em qualidade e temos necessidade desse conhecimento”, explica Rui Rosa, presidente da Vitas Portugal, acrescentando que falta alguém que faça a ponte: “nós queremos contribuir, como mensageiros, para transmitir esse conhecimento”, ao mesmo tempo que “somos produtores” do mesmo.
Os formandos, ao estarem em contacto com cerca de 20 mil agricultores com produções em território nacional, poderão ampliar a cadeia de conhecimento gerada, transmitindo-lhes as competências que adquiriram ao longo dos últimos meses, uma vez que, dotar o sector de maiores valências técnicas para enfrentar os desafios da agricultura do futuro foi o principal objetivo da criação deste curso.
“Estamos presentes de norte a sul do país, do interior às ilhas, e efetivamente nem todo o país tem o mesmo grau de conhecimento e, nessa perspetiva, podemos assumir o papel de formadores dos agricultores”, defende Marco Morais, diretor-geral de fertilizantes da Timac Agro.
horas de formação foram dadas por docentes do ensino superior, entre os quais estiveram ex-ministros da Agricultura como Maria do Céu Antunes, Assunção Cristas e Fernando Gomes da Silva ou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas
Inovação ao serviço das necessidades
Num mundo cada vez mais desperto para as alterações climáticas, nunca como agora foi tão importante inovar, investigar e juntar sinergias para um bem comum: caminhar rumo à sustentabilidade.
Embora os agricultores sempre tenham enfrentando “assimetrias climáticas ou de temperatura”, lembra António Guerreiro de Brito, “temos que decidir o que a sociedade pretende sobre a agricultura”. Olhe-se, por exemplo, para o desafio específico da água, da sua gestão ou escassez, ao analisar as características do nosso território. “É essencial e estratégico considerar como é que vamos abordar a escassez de água”, acredita o presidente do ISA, visto esta representar um fator imprescindível para os agricultores, tendo estes que fazer a sua gestão “com eficiência e eficácia”.
Para responder às necessidades, a inovação do sector – a par da tecnologia como a inteligência artificial – terão um papel fundamental no desenho da agricultura que se quer para o futuro.
O CMI conta com 213 famílias de patentes, certificações e prémios
Rafael Reigota
Escolher Saint-Malo para entregar os diplomas teve uma forte razão de ser: é a aqui que o Grupo Roullier, do qual a Timac Agro faz parte, tem a sua sede e foi também aqui que a empresa – especialista em nutrição animal e vegetal – nasceu no ano de 1959. Além disso, é também nesta localidade da Bretanha, no noroeste de França, que se construiu o Centro Mundial de Inovação (CMI) do grupo.
“A visão da sociedade sobre o mundo agrícola está a mudar e mais é exigido dos agricultores. É preciso fornecer uma alimentação de qualidade, a preços acessíveis, mas também contribuir para a preservação das terras agrícolas e da biodiversidade”, destaca Jorge Boucas, diretor-geral do Grupo Roullier
O CMI apresenta tecnologia de ponta, funcionando como um acelerador de crescimento no campo da nutrição vegetal e animal, onde mais de uma centena de investigadores exploram todos os ângulos de pesquisa possíveis, desenvolvendo as especificidades de origem marinha e vegetal. Conta com 194 parcerias de investigação com universidades e instituições dentro e fora da Europa.
Saiba mais, em breve, sobre a investigação que aqui se faz numa reportagem televisiva que será emitida na antena da SIC.
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