A maior procura por viagens que anima o mercado nacional levou a Agência Abreu a lançar uma programação extra, começando já em 2024. O operador já tinha montado a sua programação principal no final do ano passado, como é costume no mercado, mas decidiu que os sinais positivos de aumento de consumo por viagens dão lugar a uma oferta mais alargada ao longo do ano.
A operação especial que a Agência Abreu lança pela pela primeira vez tem como foco o enoturismo, um dos segmentos com mais forte crescimento, em viagens com autor que decorrem em parceria com a Apeno (Associação Portuguesa de Enoturismo), e são acompanhadas pela sua presidente, Maria João Almeida (ex-jornalista do Expresso).
“Trata-se de um nicho de mercado muito interessante, com uma procura crescente a nível nacional e internacional, e o nosso objetivo é ligar o prazer de viajar ao prazer de beber vinho, conhecendo as histórias nas diversas origens onde é produzido”, explica Pedro Quintela, diretor de marketing e vendas da Abreu.
Segundo estimativas da Apeno (que representa cerca de 80% da produção nacional de vinhos), o enoturismo movimenta em Portugal um volume de negócios anual de pelo menos 700 milhões de euros, envolvendo 60 mil agentes económicos e 100 mil postos de trabalho, diretos e indiretos, e constituindo um segmento que regista um crescimento expressivo em termos de procura, sobretudo em 2024.
As novas viagens de enoturismo da Abreu decorrem em 17 destinos diferentes, dentro e fora de Portugal, numa primeira edição estabelecida para 2024 e 2025 – que, segundo o diretor de vendas da Abreu será uma aposta a continuar e a ser alvo de alargamento com mais regiões e adegas.
As primeiras viagens decorrerão em terras portuguesas, e já têm datas marcadas, começando pelo Dão (de 29 de junho a 1 de julho), o Alentejo (de 29 a 31 de julho) e o Douro (de 27 a 29 de setembro). Este ano, também já estão programadas viagens à Toscânia ou a Bordéus.
“Em Portugal, vamos fazer viagens ao Douro, ao Dão, ao Alentejo, à região de Lisboa, à Madeira ou aos Açores”, enumera o responsável. “Mas também iremos às regiões francesas de Alsácia e Champanhe, a Mosel na Alemanha, e até mais longe, como Mendoza na Argentina, Stellenbosch na África do Sul, ou mesmo à Austrália”.
A ideia é lançar estas viagens para pequenos grupos, no máximo com 25 pessoas, e criar “um núcleo de viajantes interessados em conhecer locais do mundo onde se produzem vinhos fantásticos, de forma mais imersiva”.
“Cada vez mais as pessoas estão ávidas em saber de vinhos, e o objetivo também é mostrar que o enoturismo pode ser desenvolvido em Portugal num nível de padrão alto”, referiu ao Expresso Maria João Almeida, a consultora de vinhos que vai acompanhar as viagens com autor da Abreu.
“O intuito é fazer viagens improváveis, visitando as adegas principais em cada um dos destinos, onde há muito a explorar em termos de experiências, e colocando as pessoas em hotéis especiais”, exemplifica Pedro Quintela, lembrando que “nos sítiios onde há bom vinho, há sempre boas histórias a contar, e contamos com o conhecimento da Maria João para viagens que vão marcar as pessoas”.
Os preços ainda estão a ser finalizados, e serão anunciados pela Abreu em eventos que decorrem esta semana em Lisboa e no Porto.
O diretor de vendas da agência, que conta com uma rede de 110 lojas de norte a sul do país, incluindo as ilhas da Madeira e Açores, está confiante nos níveis de procura, apesar do lançamento tardio da operação especial de viagens, já para 2024.
“Este é um tipo de produto de nicho, que está em grande crescimento, tem um caráter diferente e ajuda-nos a trazer novidade ao mercado”, resume Pedro Quintela. “A Abreu tanto faz grandes viagens, como charters ou cruzeiros, no fundo, vende o mundo. Se com os nossos 184 anos de história não tivéssemos capacidade de ter coisas novas, já não estávamos cá”.