A empresa chinesa ByteDance anunciou hoje que não tem quaisquer intenções de vender o Tiktok, apesar do ultimato aprovado por ambas as câmaras do Congresso norte-americano de proibir a rede social caso não o fizesse.
A lei, assinada na quarta-feira pelo Presidente dos EUA Joe Biden, dá nove meses à empresa para vender o Tiktok, excluindo a aplicação das lojas da Apple e da Google se não cumprisse esse prazo, com a possibilidade de o estender por mais três meses caso o negócio já estivesse a acontecer.
“A ByteDance não tem planos de vender o TikTok”, afirmou hoje a empresa rede social Toutiao, acrescentando que também que não havia nenhum fundo de verdade nos rumores de que estariam a planear vender a aplicação sem o algoritmo.
A agência de notícias Reuters noticiou, esta sexta-feira, que a empresa preferia mesmo fechar a aplicação caso esgotasse todos os meios judiciais possíveis, algo que a ByteDance promete fazer.
“Continuaremos a lutar pelos vossos direitos nos tribunais. Os factos e a Constituição estão do nosso lado e esperamos prevalecer”, garantiu hoje o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, acrescentando que não vão “a lado nenhum”.
As acusações levantadas pelo Partido Republicano que fundamentam esta possível proibição baseiam-se numa lei chinesa de 2017 que exige que as empresas do país entreguem dados pessoais de interesse nacional, caso lhes seja pedido pelas autoridades. Esta lei, segundo os Republicanos, permitiria a Pequim espiar e manipular os norte-americanos.
Em Março de 2023, uma porta-voz do Ministério do Comércio da China, citada pela Reuters, já tinha afirmado que “a venda ou alienação do TikTok envolve a exportação de tecnologia e deve passar por procedimentos de licenciamento administrativo de acordo com as leis e regulamentos chineses”, algo frisado pela lei chinesa de controlo de exportações de 2020 que submete a exportação de “bens controlados”, tais como algoritmos e códigos de aplicações, a um processo de aprovação.