“No ano de 2023, o grupo Media Capital atingiu um resultado líquido positivo de 0,3 milhões de euros, representando uma franca recuperação face aos resultados negativos registados nos anos anteriores e em particular em 2022, de 12,1 milhões de euros”, refere a Media Capital, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Corrigido do efeito das provisões, imparidades de direitos e reestruturações, o resultado líquido ajustado atingiu 1,5 milhões de euros, representando um aumento de 5,6 milhões de euros face a 2022”, lê-se no documento.
Os rendimentos operacionais da dona da TVI ascenderam a 150,9 milhões de euros no ano passado, “cerca de 1% acima do registado” em 2022, impulsionado “essencialmente pelo desempenho do segmento de produção audiovisual, no qual se verificou um acréscimo de 25%”.
Já os rendimentos de publicidade sofreram uma queda de 4% “para 98,7 milhões de euros, decorrente da redução registada no mercado publicitário na televisão de canal aberto”, enquanto se registou “um crescimento nos rendimentos de publicidade” nos canais pagos (‘pay-tv’), “que atingiram um crescimento de 30%, fruto também dos bons resultados de audiência”, lê-se no comunicado.
Os outros rendimentos operacionais subiram 11% para 522 milhões de euros, “resultado do desempenho no segmento de produção audiovisual e na venda de conteúdos”.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) consolidado ajustado de gastos líquidos com provisões e reestruturações atingiu 10,4 milhões de euros, mais 75% que um ano antes.
“Este crescimento é o reflexo do contributo positivo dado por todos os segmentos de negócio”, refere a Media Capital.
Os gastos operacionais excluídos de amortizações e depreciações “apresentaram um decréscimo de 7%, enquanto que os gastos com a mesma natureza excluídos de provisões e reestruturações reduziram 2% face ao período homólogo, fruto de uma política exaustiva de racionalização de gastos, levada a cabo pelo grupo, atingindo, em 2023, os 140,4 milhões de euros”.
Os gastos com provisões, imparidades e reestruturações em 2022 “foram significativamente impactados pelo registo de uma imparidade sobre os direitos de transmissão de programas, razão pela qual apresentaram em 2023 uma redução significativa de 6,9 milhões de euros”, lê-se no documento.
De acordo com a Media Capital, “os resultados financeiros (líquidos) atingiram 2,5 milhões de euros negativos, o que se traduz num decréscimo de 37%, resultante do refinanciamento do grupo e do efeito da reestruturação societária ocorrida nas entidades internacionais em 2022”.
Os rendimentos operacionais do segmento Televisão, Digital e Entretenimento, que inclui a atividade de televisão do grupo (generalista e ‘pay-tv’), digital e de entretenimento, nomeadamente, no que se refere à gestão e venda de direitos musicais, registaram uma quebra de 3% para 142,1 milhões de euros, as de publicidade diminuíram 4% para 98,6 milhões de euros, “tendência de queda atenuada no segundo semestre do ano”.
Este decréscimo “resultou da quebra do investimento publicitário nos mercados de televisão em canal aberto, parcialmente compensada pela excelente performance dos canais de ‘pay-tv’, especialmente da CNN Portugal, que preservou a posição de canal de informação preferencial do público”, explica.
Em 2023 “destacou-se a performance da venda de conteúdos que permitiu compensar a redução de ganhos registada nos proveitos de cedência de sinal e nos serviços mutimédia”, acrescenta.
“Apesar da redução da receita, o EBITDA ajustado cresceu 18% face a 2022, cifrando-se em 7,2 milhões de euros, o que demonstra uma gestão exigente e uma forte capacidade de resiliência”, refere o grupo.
Os rendimentos da produção audiovisual subiram 25% para 39,9 milhões de euros, “essencialmente motivada pelo início da produção de séries em parceria com a Prime Video”, e o EBITDA ajustado atingiu 1,671 milhões de euros, contra 280 mil euros um ano antes.