Num mundo cada vez mais veloz, as pequenas e médias empresas (PME) enfrentam o desafio de, não apenas sobreviver, como também prosperar. Como conseguem? Através da Inovação, que surge neste contexto como a peça-chave do “quebra-cabeças” do tecido empresarial, para alcançar mais competitividade.
No último trimestre de 2023, Portugal destacou-se na zona euro ao registar a maior subida em cadeia do Produto Interno Bruto (PIB), com um aumento de 2,2% segundo o Instituto Nacional de Estatística. Perante este cenário, as empresas, especialmente as PME, são incentivadas a manter um investimento prudente e sustentável para acompanhar tal crescimento.
A adoção de uma estratégia de internacionalização que explore mercados e segmentos ainda não “saturados” pelas ditas economias maduras pode ser uma oportunidade única de diferenciação para obter vantagens competitivas no mercado, do ponto de vista global.
Para as PME, este desafio não se resume à adoção de novas tecnologias, mas sim ao fomento de um ambiente onde a inovação tenha espaço para “florescer”. Algo que requer uma mudança cultural que abrace a experiência, que lide bem com o fracasso ou que incentive a criatividade e o pensar fora da caixa.
Uma estratégia eficaz para a gestão, envolve a integração das iniciativas de inovação aos objetivos estratégicos da empresa. Isto significa que a inovação não pode (nem deve) ser vista como um esforço isolado. Mas sim como parte integrante de um modelo de negócio 360º, que vá desde os produtos e serviços, aos recursos humanos e à atração de talento.
Sabemos que uma estratégia vencedora implica disponibilizar recursos, tanto ao nível financeiro, como humano para explorar novos caminhos, é certo. Sendo igualmente importante que da parte de quem lidera exista um apoio à inovação, com ações concretas que incentivem a equipa a assumir riscos e a procurar soluções disruptivas, sem nunca descurar as necessidades de curto prazo.
Assim, a colaboração desempenha um papel crucial na promoção da inovação nas PME. Tanto do ponto de vista interno, entre os vários departamentos, como também numa perspetiva externa, através da criação de parcerias estratégicas com universidades, startups e outras organizações que possam complementar-se mutuamente. Parcerias que podem oferecer acesso a conhecimento, tecnologia ou novos mercados, abrindo portas que outrora seriam impensáveis de abrir.
Neste contexto, os benefícios da Coopetition, poderão ser vistos como elemento de inovação das PME e cruciais para a sua sobrevivência no mercado. Aproveitar as sinergias criadas, desde a recetividade para construir projetos mutuamente benéficos ou a capacidade de resolução conjunta de desafios setoriais, é uma oportunidade única para estar na vanguarda do “novo” mercado de trabalho.
Não menos importante é a necessidade das PME estabelecerem um processo estruturado em termos de inovação. Uma definição clara de etapas que vão desde a potencial ideia até à sua implementação, garantindo que cada ideia seja avaliada considerando a sua viabilidade e alinhamento com a estratégia da empresa.
Adjacente a esta ideia, é fundamental que existam mecanismos para medir o impacto da inovação, permitindo a existência de ajustes regulares. Pois é nesta capacidade de ajustar que reside o segredo. 2024 promete revolucionar o cenário empresarial e, as PME que se queiram destacar devem focar-se, não apenas nas novas tecnologias, mas sim na criação de condições e de uma cultura que valorize a inovação em todos os níveis da organização.
Paralelamente a esta abordagem, as PME (ainda) não têm a obrigação de comunicar o seu desempenho ao nível dos critérios de sustentabilidade. No entanto, não deixa de ser fundamental tê-los em conta, uma vez que são um autêntico facilitador ao nível do recurso a financiamento, assim como no acesso a seguros, algo imperativo para a sua sobrevivência e crescimento, enfrentar os desafios de um mercado cada vez mais acelerado na mudança, aproveitando as oportunidades que surgem no horizonte.