Três dias depois de ser avistada uma embarcação à deriva junto à costa do estado brasileiro de Pará, a Polícia Federal (PF) continua a tentar identificar os restos mortais dos nove migrantes a bordo.
Segundo um comunicado da PF, divulgado esta terça-feira, documentos e objectos encontrados junto dos corpos sugerem que as vítimas eram migrantes vindos da Mauritânia e Mali, não excluindo ainda outras nacionalidades.
Apesar de as investigações ainda estarem em curso, as autoridades brasileiras acreditam que os migrantes partiram do continente africano com destino às ilhas Canárias (Espanha), numa tentativa de chegar à Europa. Terão depois sido arrastados pelas correntes do Atlântico e ficado à deriva a milhares de quilómetros da rota prevista, detalha a imprensa brasileira.
Continua por apurar a identidade das vítimas e há quanto tempo estariam em alto mar, num barco de 13 metros de comprimento, sem motor ou sistema de propulsão.
Só desde 1 de Janeiro deste ano, já chegaram ao arquipélago das Canárias mais de 14 mil pessoas em 211 embarcações — seis vezes mais no que no mesmo período do ano passado.
No mês passado, em declarações sobre o pico do número de migrantes a desembarcar nas Canárias, o ministro da Administração Interna espanhol, Fernando Grande-Marlaska, afirmou que as chegadas estavam a “suavizar-se” e que, nos últimos meses, foi reforçada a cooperação com a Mauritânia, de onde partem mais de 80% das embarcações precárias conhecidas como “pateras” rumo ao arquipélago.
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