E se Taylor Swift fosse uma economia?
Embora eu seja um aficionado da pop-rock de expressão anglo-americana – e de outros géneros musicais totalmente diferentes –, não posso deixar de escrever umas linhas sobre Taylor Swift, a estrela pop do momento. Na verdade, na actualidade, é a “maior”, um fenómeno à altura da Beatlemania – que eu já adorava com nove, dez anos – ou à altura de Michael Jackson nos anos 1980. Nos Estados Unidos, 53% dos adultos consideram-se fanáticos por Swift e 16% identificam-se como “Swifties”. Taylor tem mais de 500 milhões de seguidores nas redes sociais e estima-se que existam cem milhões de” Swifties”. Mas qual o segredo de Taylor Swift? Tem ética de trabalho, conhecimento de marketing, instinto comercial, determinação, ambição, facilidade em compor, boa voz. Segundo a revista Rolling Stone, Taylor “tem um dom intuitivo para a arquitectura verso-refrão-ponte”. Domina o refrão que converte a canção em algo que não sai da cabeça e se insere no telemóvel dos fãs. Com estas características e com os milhões de discos que vende, o presidente de uma empresa de investigação online afirmou que, se Taylor Swift fosse uma economia, seria maior do que 50 países.
António Cândido Miguéis, Vila Real
Nova crise à vista?
Quem começa torto tarde ou nunca se endireita. E esta ideia começa a tomar forma na AD e no Governo, que esta apoia. Até ao momento, só derrotas no Parlamento: na votação para o presidente da Assembleia da República; nas propostas de redução do IRS; nas portagens das Scuts. Ajudaram o PS a aprovar as suas propostas alternativas, o que antes não seria dado como muito provável.
Esta predominância inesperada do PS está a causar um nervosismo excessivo. Impotente para levar a sua avante, a direita que apoia o Governo voltou a falar de alegadas coligações negativas, como se os partidos da oposição devessem cingir-se atentamente às suas propostas, de outra maneira sendo acusados de lançar o caos e de colocarem o país na iminência de novas eleições. Como se os partidos, como o PS, por exemplo, devessem condicionar a sua acção política em função dos ditames da magra maioria existente só para não lhe criar escolhos.
Ao mesmo tempo, demissões não explicadas em vários sectores lançam fantasmas de caça às bruxas sem aparentes alternativas no horizonte.
Este nervosismo pode acentuar uma tendência para a esquizofrenia porque há aqui comportamentos inadequados, actuações de combate desorganizado, situações de perda de contacto com a realidade. E quando isto acontece, tamanho desnorte e os problemas psicóticos que podem levantar tenderão a acentuar sintomas de crise.
Eduardo Fidalgo, Linda-a-Velha
A sangria das demissões e exonerações
Não há memória de um Governo tão apressado em demitir, em provocar demissões ou exonerar altos cargos públicos que requerem confiança política como o actual, em exercício pleno de funções há pouco mais de um mês. Estes casos têm sido acompanhados de explicações sumárias que não estão a convencer nem a opinião pública, nem os partidos da oposição, nem os sindicatos representativos das forças de segurança e da saúde.
E para piorar o cenário, fica a impressão de que existe uma “lista negra” cirurgicamente elaborada e planeada sobre esta matéria das demissões e exonerações, a qual está em marcha e não parece ter fim à vista. Numa altura em que decorrem negociações com as estruturas sindicais representativas da PSP, da GNR e dos guardas-prisionais que não estão a correr nada bem, a exoneração de um director nacional da PSP que estava há menos de um ano no cargo e que defendia claramente as reivindicações dos seus subordinados é um erro político.
Adensa-se a ideia de que o nexo que rege esta célere sangria de demissões e de exonerações é um puro e flagrante acto de saneamento político, que visa simplesmente substituir personalidades nomeadas pelo Governo anterior por outras da confiança política do actual. Ao que parece, este Governo tem-se esquecido de que é sustentado por uma débil maioria parlamentar, e não mostra qualquer preocupação de que esta sua conduta de arrogância política possa agravar ainda mais a instabilidade e o descontentamento sociais existentes, em vez de os apaziguar.
Emanuel de Sousa e Castro, Mirandela