Antes de uma visita a Washington nesta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico encontrou-se com Donald Trump na residência do antigo Presidente dos Estados Unidos em Mar-a-Lago, na Florida. David Cameron pretendia persuadir o presumível recandidato presidencial a desistir da oposição a um novo pacote de ajuda à Ucrânia que está a ser retido no Congresso norte-americano.
Esta é a segunda visita de Cameron aos Estados Unidos para tentar convencer os republicanos de que é do interesse nacional que o Presidente russo, Vladimir Putin, não faça mais avanços militares na Ucrânia, escreve o “The Guardian”. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse no domingo que a Ucrânia perderá a guerra se a ajuda norte-americana for retida e a defesa aérea ucraniana não for melhorada.
Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico referiu, citado pelo diário britânico, que é “prática corrente os ministros encontrarem-se com candidatos da oposição como parte do seu compromisso internacional de rotina”. “Discutimos uma série de assuntos geopolíticos importantes”, afirmou Cameron em conferência de imprensa com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
Guerra na Ucrânia
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⇒ A Missão de Observação dos Direitos Humanos das Nações Unidas registou um aumento acentuado do número de vítimas civis na Ucrânia no mês passado: pelo menos 604 civis foram mortos ou feridos em março, um aumento de 20% em relação a fevereiro. O número de vítimas inclui pelo menos 57 crianças mortas ou feridas, o dobro do valor registado no mês anterior.
⇒ O chefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, disse ao homólogo russo, Sergei Lavrov, que Pequim quer “reforçar a cooperação estratégica” com Moscovo e apoia o “desenvolvimento estável da Rússia” sob a liderança de Putin. Ambos tiveram “uma troca de pontos de vista aprofundada sobre uma série de importantes questões internacionais e regionais, incluindo a Ucrânia e o conflito israelo-palestiniano”, acrescentou.
⇒ Durante o encontro em Pequim, Lavrov apelou à cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para se pôr termo aos ataques com drones à central nuclear ucraniana de Zaporíjia, sob controlo das forças russas, considerando que Moscovo “não pode fugir às responsabilidades” nesta matéria. “Estamos interessados na cooperação, mas queremos que sejam honestos e reconheçam o que está a acontecer não só na região, mas na Ucrânia em geral”, destacou.
⇒ Uma explosão após um suposto ataque com um drone na central de Zaporíjia não prejudicou a segurança das instalações, mas sublinhou a “situação extremamente grave” na unidade, alertou a AIEA. O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu à Ucrânia e à Rússia para evitarem um perigoso incidente no local, depois de Moscovo ter denunciado um ataque ucraniano, negado por Kiev. “O Kremlin intensifica mentiras sobre os ataques à central nuclear de Zaporíjia”, refere um comunicado divulgado pela empresa estatal ucraniana de energia nuclear Energoatom.
⇒ A União Europeia anunciou o envio de 167 geradores de energia para a Ucrânia em resposta aos danos causados na infraestrutura do país por ataques da Rússia nas últimas semanas. Os geradores, que pertencem ao serviço europeu de proteção civil, têm capacidade para fornecer eletricidade a um hospital de média dimensão em condições de emergência.
⇒ A ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles Fernández, defendeu uma Europa da “unidade, da tolerância” e a importância “mais do que nunca” de apoiar a Ucrânia. “Quando apoiamos os ucranianos estamos a batalhar pelos valores da democracia e dos direitos humanos”, considerou no Foro La Toja – Vínculo Atlântico, em Lisboa.
⇒ As autoridades ucranianas indicaram que pelo menos 54 prisioneiros de guerra foram executados pelas forças russas desde o início da invasão, em fevereiro de 2022. O Ministério Público ucraniano está a investigar 27 casos relacionados com as alegadas execuções, que poderão conduzir a processos criminais contra os principais suspeitos.
⇒ O exército dos Estados Unidos anunciou que transferiu armas ligeiras e munições para a Ucrânia, no dia 4 de abril, inicialmente enviadas pelo Irão aos rebeldes hutis do Iémen e apreendidas por Washington. O carregamento enviado para Kiev para resistir à invasão russa inclui mais de 5000 espingardas de assalto AK-47, submetralhadoras, espingardas de precisão, lançadores de granadas e mais de 500 mil cartuchos de espingarda.
⇒ Os serviços secretos externos russos dizem que empresas militares privadas dos Estados Unidos estão a recrutar membros de cartéis mexicanos e colombianos nas prisões norte-americanas para enviar para a Ucrânia. “Os Estados Unidos estão a recorrer a métodos cada vez mais desesperados nas suas tentativas de mudar a maré do teatro de operações ucraniano, reabastecendo as fileiras de combatentes desmoralizados das Forças Armadas ucranianas com uma multidão multinacional com uma propensão para a violência armada”, acusou o organismo russo.
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