O evento em Sintra, que juntou as principais figuras dos bancos centrais, serviu para voltar a frisar a necessidade de manter a dependência dos dados e a prudência apesar do caminho positivo que a inflação tem feito na zona euro e nos EUA.
Prudência apesar do otimismo contido: assim se resume o tom do Fórum do Banco Central Europeu (BCE) em Sintra, onde Christine Lagarde e o seu homólogo norte-americano, Jerome Powell, sublinharam o progresso contra a inflação, embora sem se comprometerem com novas descidas dos juros diretores até final do ano. Com mais de metade da população mundial a ir a votos em 2024 e entre a primeira e a segunda ronda das eleições francesas, os banqueiros evitaram tópicos políticos, enaltecendo ao invés a sua independência.
Lagarde havia logo arrancado com palavras de prudência, alertando que o trabalho ainda não está concluído e repetindo que os últimos capítulos na luta contra a inflação podem ser morosos e imprevisíveis. Este foi também o tom no painel com os líderes da Reserva Federal, Jerome Powell, e do Banco do Brasil, Roberto Campos Neto, já na terça-feira.
“Uma leitura mais baixa do que a anterior é bom”, começou por afirmar, embora com algumas ressalvas, sobretudo do lado dos serviços, projetando um “caminho acidentado” até à normalização da política monetária. Os comentários foram feitos no mesmo dia em que se soube que a inflação na zona euro em junho recuou marginalmente de 2,6% para 2,5%, embora os serviços se tenham mantido em 4,1% pelo segundo mês seguido.
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