O professor catedrático do Instituto Superior Técnico assinala que a situação pode fazer subir os preços para os consumidores. Deste modo, a posição assumida por Portugal “não é justificada”.
O professor catedrático do Instituto Superior Técnico (IST) Arlindo Oliveira criticou a decisão tomada de banir a chinesa Huawei no que diz respeito à rede 5G e lembrou que Portugal foi “dos poucos” países a fazê-lo. Nesse sentido, alertou que os preços praticados podem ser impulsionados, em face da “redução da concorrência”.
Em entrevista à Lusa, o próprio referiu que “a maneira correta de melhorar as condições de vida e o relacionamento com a China não é afastar e bloquear a China e a tecnologia chinesa”. Arlindo Oliveira assinalou ainda que Portugal “não estava sozinho” nas intenções de contribuir para essas condições, “mas foi dos poucos que proibiu a Huawei”.
Posto isto, trata-se de uma posição que “não é justificada” e que faz reduzir a concorrência, contribuindo para a subida dos preços com que se deparam os consumidores. O docente assinalou a discórdia face às “políticas adotadas na Europa e nos Estados Unidos” no que diz respeito à “guerra” tecnológica com a China, referiu na mesma entrevista.
Neste contexto, “vamos assistir a uma redução da concorrência, a uma redução da qualidade de serviços que são prestados ao consumidor e a um isolamento ou uma tentativa de isolamento da China”. Uma situação que, de acordo com o investigador do INESC-ID, “só vai contribuir para piorar as relações entre o Ocidente e a China”.