Patrícia Dantas, que ia assumir funções como adjunta do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento já não fará parte da equipa, depois de esta terça-feira o “Correio da Manhã” ter noticiado que enfrenta uma acusação de um crime de fraude na obtenção de fundos europeus.
Em comunicado enviado às redações, o Ministério das Finanças esclarece que a decisão foi tomada “mantendo a presunção da inocência” e “após ponderação”.
“Na sequência de notícias veiculadas pela comunicação social, sobre um processo que teve início em 2017 e que está ainda a decorrer nos locais próprios, sem que sobre o mesmo tenha sido proferida qualquer decisão judicial, Patrícia Dantas, mantendo a presunção da inocência que se impõe e após ponderação, comunicou ao Sr. Ministro de Estado e das Finanças que decidiu não assumir as funções de adjunta do Ministério das Finanças”, pode ler-se.
O Correio da Manhã noticiou na edição desta terça-feira, em manchete, que Joaquim Miranda Sarmento contratou a ex-deputada do PSD para a sua equipa de assessores, e que ela tinha iniciado funções esta segunda-feira, 15 de abril, numa altura em que a madeirense, de 52 anos, enfrenta uma acusação de recurso a faturas falsas para obtenção de fundos europeus. A acusação do Ministério Público remonta a 2018, envolve 120 arguidos e a extinta Associação Industrial do Minho e está já em fase de julgamento.
As suspeitas sobre Patrícia Dantas remontam ao período em que era presidente da Startup Madeira. Depois disso enveredou pela carreira política, tendo coadjuvado Pedro Calado, vice-presidente do Governo Regional recentemente ouvido no âmbito do processo de corrupção na Madeira. Em 2022 Patrícia Dantas foi eleita deputada na Assembleia da República e cumpriu o mandato até ao fim.
O jornal lembra que a situação causou celeuma, mas que, na altura, Luís Montenegro disse que preferia não tê-la como deputada, em particular a acompanhar o inquérito à TAP, mas que esse era um processo anterior ao seu mandato de líder do partido, e que não tinha sido ele a convidá-la para deputada.
Agora, segundo o jornal, Miranda Sarmento contava com ela para fazer a ponte entre o seu gabinete e o Parlamento, mas, após a notícia, o lugar já não será seu.