Das suas muitas vidas, entre as quais aquela que o levou, como militar de um país acabado de se tornar independente, a Cuba, a Berlim Leste e à União Soviética (deve a uma estadia de quatro anos na Crimeia a sua especialização em mecânica automóvel), Domingos Fernandes Pascoal está agora a viver a reforma dourada de um aposentado do exército convertido em guardião de dois tesouros. A idade fez dele um passador: do legado inquantificável de composições (mais de 400?) deixadas pelo mítico Ano Nobo (1933-2004), de que se diz “discípulo e filho espiritual”, e de um instrumento em vias de extinção, a cimboa, testemunho irrefutável do vínculo de Cabo Verde ao tráfico de escravos.
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