A 5 de novembro os norte-americanos serão chamados às urnas para eleger o 47º presidente dos Estados Unidos. Até lá, Joe Biden, o atual ocupante do cargo ao qual se recandidatou, vai usando o TikTok, que faz furor entre 170 milhões cidadãos do país, para conquistar os mais jovens eleitores no próximo outono.
Mas, a estratégia do digital já tinha levantado dúvidas no passado. Os investigadores da relação entre as redes sociais e eleições presidenciais apontaram a interferência das plataformas no algoritmo, de forma a darem vantagem a certo candidato. Desta vez, a preocupação prende-se com o conteúdo gerado com inteligência artificial (IA), que nos últimos meses tem tomado conta das formas de trabalho e, em especial das redes sociais.
O Tiktok já rotula o conteúdo gerado por IA, mas apenas aquele que é criado com ferramentas “dentro” da aplicação. Agora, o negócio chinês da Bytedance anunciou que a medida se vai estender a vídeos e imagens gerados noutras plataformas, de acordo com a Reuters.
O avanço, anunciado esta quinta-feira, 9 de maio, servirá precisamente o grande propósito de proteger os eleitores de conteúdos falsos relativos aos candidatos e promessas eleitorais, não só nos EUA, mas em todo o mundo – já que mais de metade da população mundial se prepara para ir às urnas em 2024.
No arranque deste ano, o Tiktok assinou um acordo com mais 20 empresas, em que se comprometiam a trabalhar em conjunto para evitar que conteúdo fraudulento, gerado através de IA, interfira nas eleições.
Agora, a Bytedance vai rotular o conteúdo com a marca d’água digital conhecida como Credenciais de Conteúdo (Content Credentials), liderada pela Coalition for Content Provenance and Authenticity, um grupo co-fundado pelas gigantes tecnológicas Adobe e Microsoft.
Para que a Content Credentials funcione, tanto as aplicações que geram conteúdos com IA como a plataforma utilizada para os distribuir (como o Tiktok) devem concordar em utilizar o mesmo padrão da tecnolgia. Isto significa que, quando uma pessoa recorre, por exemplo, à Dall-E (programa de IA que cria imagens a partir de descrições textuais), a dona, OpenAI, terá de anexar uma marca d’água à imagem final. Além disso, vai adicionar ao arquivo os dados que indicam se foi posteriormente alterada.
Se for feito “upload” da imagem ou vídeo finais no TikTok, serão automaticamente rotuladas como sendo geradas por IA.
“Também temos políticas que proíbem a IA realista que não seja rotulada; portanto, se IA realista (conteúdo gerado) aparecer na plataforma, iremos removê-la por violar as nossas diretrizes da comunidade”, afirmou à Reuters Adam Presser, chefe de operações e segurança do TikTok.
Adotada desde logo pela criadora do ChatGPT, o sistema “Content Credentials” chegará em breve ao Youtube e às plataformas da Meta, como o Instagram e o Facebook.
OS EUA aprovaram recentemente uma lei que exige que a ByteDance elimine o TikTok no norte da américa, caso contrário, irão impor a proibição geral da aplicação. Em resposta, a dona da aplicação TikTok entrou com uma ação para bloquear esta lei, com o argumento de que viola a Primeira Emenda.
Peça revista por Marta Velho